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NOVA YORK, EU TE AMO

Posted by Clenio on 23:12 in

Filmes que tem Nova York como cenário já me seduzem de cara. Das paranóias de Woody Allen às claustrofóbicas imagens de Martin Scorsese - passando pelo romantismo de "Harry & Sally" e pelo glamour de "Sex and the city" - a Grande Maçã tem sido personagem constante de qualquer sonho de consumo que eu porventura tenha ou possa vir a ter. Não é de estranhar, portanto, que eu tenha corrido ao cinema para assistir a uma declaração de sentimentos nobres à bela cidade. "Nova York, eu te amo" é uma colagem de pequenas histórias de amor (de todos os tipos) que tem como pano de fundo o cosmopolitismo, a exuberância e a beleza da cidade que nunca dorme(sim, as ruas violentas de filmes como "Taxi driver" foram relegadas a um plano inexistente, afinal, a ideia aqui é uma homenagem carinhosa). No entanto, ao contrário de seu irmão mais velho, "Paris, te amo", esse segundo capítulo de uma série que fará do Rio de Janeiro sua próxima parada, tenta unir, ainda que timidamente, suas personagens. Infelizmente, que soa boa ideia - dar uma unidade ao projeto - acaba sendo seu ponto mais fraco.

Como naturalmente acontece em filmes episódicos, algumas histórias são bastante interessantes e com personagens bem delineados. O curta dirigido por Natalie Portman (que atua no segmento da indiana Mira Nair) é um exemplo de concisão, delicadeza e sensibilidade, por exemplo. O episódio que une os sensacionais Chris Cooper e Robin Wright Penn consegue ser sexy, surpreendente e comovente, além de contar com uma bela e conhecida canção do Radiohead. E a rápida história de amor entre Orlando Bloom e Christina Ricci encanta pela simplicidade e simpatia do casal.

O problema maior em filmes como "Nova York, eu te amo" é que algumas vezes a necessidade de contar histórias em tão curto espaço de tempo prejudica o desenvolvimento das personagens. A bela química entre a veterana Julie Christie e o jovem Shia LaBeouf, por exemplo, dá um gosto de quero-mais e as aparições-relâmpago do ótimo Justin Bartha também aguçam a curiosidade.

No balanço final, "Nova York, eu te amo" se sai bastante bem. É um filme agradável, inteligente, bem editado, com um elenco impecável e um cenário invejável. Não é tão bom quanto seu congênere francês, mas é uma opção sadia e elegante a filmes-evento como "Avatar".

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