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É PROIBIDO FUMAR

Posted by Clenio on 23:21 in

Primeiro, uma coisa bem clara: nada tenho contra cinema nacional, nem tampouco sou do tipo paternal. Não é porque determinado filme é falado em português e tem atores brasileiros que eu vou detestar sem ao menos assistir ou endeusar só por ufanismo babaca. Dito isso, posso chegar ao motivo deste post: hoje assisti a É PROIBIDO FUMAR, de Anna Muylaert, multipremiado no festival de Brasília (8 prêmios, incluindo filme, ator, atriz e roteiro) e cheguei ao final decepcionado com o filme e com as minhas expectativas em relação a ele completamente frustradas.

Explico: Gloria Pires e Paulo Miklos, que vivem o casal central, até tem uma certa química - e Gloria é talentosa a ponto de contracenar com um poste e ser convincente - mas a história de amor entre eles absolutamente não me convenceu em nenhum momento. Resumindo a trama: Baby (vivida por Gloria, desprovida de qualquer glamour e boa atriz como sempre) é uma solteirona que vive no apartamento deixado de herança pela mãe, se sustenta dando aulas de violão e que tem por mais constante companhia seu vício em cigarros. Sua vida começa a mudar quando se muda para o apartamento ao lado o músico Max (Miklos, que tem provado que sabe ser um bom ator quando quer), recentemente saído de um longo relacionamento. Os dois iniciam um romance, mas esbarram em um problema: ele não gosta que ela fume e pede a ela que pare. Ela topa o sacrifício, mas outros conflitos surgem então, como a ex-namorada do rapaz.

O maior problema de "É proibido fumar" é que em muitos momentos ele dá a nítida impressão de que é bastante improvisado, com diálogos que, ao invés de naturais, soam falsos, como se os atores estivessem ensaiando em frente às câmeras. Diálogos reais não precisam ser pobres e de diálogos pobres o roteiro de Muylaert está repleto, a ponto do constrangimento - o fato de ter levado um prêmio em Brasília não deixa de me surpreender, mesmo porque nem mesmo a virada que a história dá em determinado ponto deixa de parecer forçada e desnecessária.

Pensei que "É proibido fumar" fosse uma comédia romântica inteligente, que fugisse dos clichês do gênero e levantasse a interessante questão: até que ponto podemos chegar e mudar nossos hábitos para fugirmos da solidão? (assunto para um próximo post, anotar....) No entanto, é apenas uma história de amor sem sal que não faz rir, não emociona nem faz pensar... Não fosse Gloria Pires seria uma total perda de tempo...

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2 Comments


Eu vi o trailer deste filme, confesso que achei a atuação da Glória Pires um tanto estranha, e olhe que admiro ela...como você falou - até com um poste ela convence! ela impressiona. Mas, eu acho que este filme é o ponto fraco da carreira dela...

assim que ver, te falo! abraço!


Na verdade acho que em cinema a Gloria é meio capenga - em termos de escolha, veja bem e não de resultado artístico por parte dela.
Tudo bem que os dois "Se eu fosse você" foram bem de bilheteria, mas eu acho péssimos. E o mesmo pode ser dito de "Lula, o filho do Brasil" e "O primo Basílio": atuações primorosas em filmes ruins.

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