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SIMPLESMENTE COMPLICADO

Posted by Clenio on 22:07 in

É impressionante como Alec Baldwin conseguiu transformar o que parecia uma carreira acabada em uma bem-sucedida sucessão de prêmios, indicações e elogios da crítica e do público. Desde que foi indicado ao Oscar de coadjuvante por "The cooler", em 2004, o ex-marido de Kim Basinger vem colecionando Golden Globes e troféus afins graças a sua atuação na ótima série "30 Rock". Uma prova de sua boa fase? Ele será um dos apresentadores da cerimônia do Oscar no próximo 07 de março, ao lado de Steve Martin, seu colega na comédia romântica "Simplesmente complicado" (It's complicated). Outra prova? Ele rouba descaradamente a cena de Martin no filme de Nancy Meyers e só não pega o filme e bota no bolso porque quem está a seu lado é Meryl Streep e ainda está pra estrear no cinema alguém que seja capaz disso.

Em "Simplesmente complicado", Baldwin e Streep vivem um ex-casal, divorciado há dez anos e pais de três jovens. Enquanto ele, Jake, seguiu sua vida, casando-se novamente, com uma mulher muitos anos mais nova e mãe de um pirralho insuportável de cinco anos, ela, Jane, tentou recomeçar como pode. Abriu uma confeitaria, tem boas amigas e finalmente está prestes a iniciar uma esperada reforma em sua casa, apesar de ter uma vida romântica e sexual nula. As coisas começam a mudar quando o arquiteto de sua reforma, o também divorciado Adam (Steve Martin) passa a dar sinais de que está interessado nela justamente quando seu ex-marido descobre, do nada, que ainda a ama. Sem saber exatamente o que fazer, Jane, que nutre por Jake sentimentos dúbios de amor e rancor, se entrega a um relacionamento ilícito e secreto com o pai de seus filhos.

Parece sério, e no fundo é. O roteiro de Nancy Meyers toca em assuntos sensíveis - divórcios doloridos, solidão, medo da velhice - mas o faz de maneira tão divertida que é difícil não abrir o coração e dar boas risadas. Assim como o fez divinamente em "Alguém tem que ceder", a diretora conta uma história de amor entre pessoas que fogem dos padrões de juventude e beleza impecável. As cenas de amor entre Meryl Streep e Alec Baldwin não são envoltas em fumaça, filtros de luz e lençóis esvoaçantes e sim, são instrumentos que ela utiliza para contar sua história e provocar gargalhadas saudáveis e legítimas - e não são apenas gargalhadas femininas, como normalmente acontece em filmes assim, "de mulherzinha". A química entre os protagonistas é impecável, o que relega Steve Martin a um surpreendente segundo plano - se bem que, sumido como estava, essa pode ser uma boa oportunidade para ele voltar à ativa.

"Simplesmente complicado" já rendeu mais de 100 milhões de dólares nas bilheterias americanas, o que comprova que ainda existe espaço para filmes que falam a pessoas normais acima de 18 anos (pelo menos mentalmente acima de 18 anos). Seu sucesso é, também e acima de tudo, merecido. É uma comédia romântica, sim, e não se deve exigir dela muito mais do que ela pode oferecer, mas é inteligente, realmente engraçada - com alguns diálogos especialmente hilários - e interpretada por quem entende de verdade do negócio (o genro de Streep no filme é vivido por John Krasinski, da hilariante série "The office"). Comédia é coisa séria! E que bom que Meryl Streep vem brindando seu fiel público cada vez mais com papéis luminosos ao lado de petardos como "Dúvida".

CONSIDERAÇÕES SOBRE OS TRAILERS:

UM SONHO POSSÍVEL - Segunda vez em dois dias que assisto a esse trailer. É bom que estreie logo senão cansará. Sandra Bullock de perua que encontra uma razão para viver soa muito "filme da semana"... Tomara que eu esteja errado.

ROBIN HOOD - Eu imaginava que seria pior. Mas Russell Crowe está mais magro e lembra os tempos bons de "Gladiador". Mas o visual é muito parecido com todos os pretensamente épicos lançados na esteira do seu sucesso (até o diretor Ridley Scott é o mesmo). No entanto, tem Cate Blanchett no elenco, portanto já estou na fila...

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