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EDUCAÇÃO

Posted by Clenio on 17:15 in

Existem inúmeras maneiras de um filme conquistar seu público. Astros com cachês milionários, efeitos visuais de ponta, orçamentos estratosféricos, campanhas de marketing enlouquecedoras... Mas nada disso é suficiente se falta o essencial: gente. Pessoas, com sentimentos dúbios e por essa razão mesmo verdadeiros são ainda o principal motivo que faz com que duas horas no escurinho do cinema não sejam apenas 120 minutos de uma vida jogados fora. E é justamente esse senso de "humanismo" que gera filmes como "Educação", que, mesmo sem nenhum dos ingredientes citados acima conquistou seu lugar ao sol em várias listas de melhores filmes do ano passado. Glória suprema? Indicações ao Oscar de melhor filme, melhor atriz (Carey Mulligan) e roteiro adaptado (trabalho a cargo do escritor Nick Hornby). Merecia mais.

"Educação" é baseado no livro de memórias de Lynn Barber e se passa na Inglaterra do início dos anos 60, tempo do existencialismo francês e da explosão do jazz. A protagonista é Jenny Mellor (vivida por uma Carey Mulligan impecável), uma adolescente de 16 anos, filha única, extremamente cobrada pelos pais (Alfred Molina e Cara Seymour), que a querem vê-la estudando em Oxford, como maneira de melhorar de vida. Seus objetivos, no entanto, começam a sofrer alterações quando ela conhece David Goldman (Peter Sarsgaard), um homem duas décadas mais velho, que, sedutoramente, a apresenta a um mundo totalmente novo. Ao lado dele e de um casal de amigos da mesma idade, Jenny passa a frequentar clubes noturnos, concertos de jazz, leilões de arte e até mesmo conhecer a Paris de seus sonhos. A princípio contra a vontade de seus pais e posteriormente incentivada por eles, a jovem inicia seu próprio processo de educação, chegando a questionar a formação acadêmica da escola onde estuda (e batendo de frente com algumas professoras, vividas pelas ótimas Olivia Williams e Emma Thompson).

Contar mais sobre "Educação" é tirar o grande prazer que é surpreender-se com sua elegância, sua classe, seu humor sutil e britânico, pontuado por uma cálida trilha sonora e uma reconstituição de época acima de qualquer crítica. A história de amor entre Jenny e David se desenrola em seu próprio ritmo, imposto pelas convenções sociais do período e pela decisão da protagonista em manter sua pureza até os 17 anos. É uma história sem maiores sobressaltos (com exceção do último e chocante) contada com delicadeza pela estreante Lone Scherfing e interpretada com talento de gente grande por Carey Mulligan (que merecia bem mais o Oscar deste ano do que a vencedora). Ao lado de veteranos das telas, a jovem Carey irradia frescor, inteligência e abre seu caminho para futuros e maiores voos.

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3 Comments


Tem um selinho pra você lá no Degrau Cultural. É só pegar! Beijos. Te adooooro!


Carey Mulligan é intensa, perfeitinha mesmo e o filme é cativante pela luminosa presença dela!

Vai entender mesmo o Oscar!


Achei o filme ótimo.

Ganhou o meu Oscar, rs!

Abs Clenio!!!

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