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MADONNA - STICKY & SWEET TOUR

Posted by Clenio on 18:33 in ,

Devo confessar que já faz um tempinho que a minha paixão por Madonna vem arrefecido. Talvez seja esse romance fabricado com Jesus Luz, talvez seja realmente a falta de um trabalho realmente digno de nota. O fato é que uma prova inconteste desse desânimo em relação à Rainha do Pop é a minha demora em adquirir o dvd "Sticky & Sweet Tour", lançado em março. Protelei por meses a compra do registro do show na Argentina, mas a longevidade da minha relação com ela falou mais alto e essa semana eu finalmente o assisti. Não me empolguei em nenhum momento. Será culpa minha ou da opção da material girl em dar prioridade a um espetáculo tecnológico ao invés do que mais importa em um show, ou seja, a música em si.

Já faz tempo que Madonna vem dando sinais de seu flerte com o espetacular a la "Cirque du Soleil"- e atingiu um perfeito equilíbrio em "Drowned world", de 2001 - mas em "Sticky & Sweet" ela parece dar mais importância ao visual cênico, aos telões assombrosos e aos incríveis efeitos especiais do que a suas canções propriamente ditas - algumas inclusive em versões tão, mas tão diferentes das originais que chegam a ficar irreconhecíveis (a linda "Rain", por exemplo). Enquanto em "Blonde ambition" as coreografias elaboradas eram apenas a ilustração de seus provocativos e dançantes sucessos, aqui parece que a equação virou do avesso. A música é coadjuvante em "Sticky & sweet", e isso é tudo, menos excitante.

É claro que o pique que Madonna apresenta é impressionante - depois dos 50 anos fazer o que ela faz em um palco é de se aplaudir de pé. O controle que ela tem da própria carreira é de se admirar incondicionalmente. Seu talento em fabricar hits idem. E até mesmo em shows mais burocráticos quanto "Sticky" ela consegue ser a velha Madonna de antigamente - mais pontualmente no ótimo número de "She's not me", em que lembra o público de todas as suas (melhores) fases. Mas fica a sensação, no fim, de que faltou muita coisa. Mais precisamente músicas mais antigas, que fizeram dela o que ela é hoje, um ícone absoluto da música pop. Não é saudosismo, é apenas desejo de fã...

Em todo caso, sempre se pode recorrer a outro dvd - "Celebration - the video collection", que, em 47 videoclipes, mostra Madonna em sua essência e não decepciona ninguém. Não me entendam mal, ainda sou um grande fã. E é justamente nessa condição que me de dou o direito de não me deslumbrar com o que não é seu melhor trabalho.

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4 Comments


não concordo, acho que sticky & sweet fez por merecer.

o dvd ficou muito bem editado. as minhas preferidas são 'vogue', 'she's not me', 'into the groove', 'miles away' e 'like a prayer'.

a versão de 'into the groove' então, dá vontade de sair pulando, ficou muito boa.

e não acho que o romance seja fabricado. não sei se vc sabe, mas ele foi participar do ensaio fotográfico por acaso e veja no que deu. uma demonstração de que nada é impossível.


Eu fui aos 2 shows de Madonna aqui em SP. Em '93, as revistas e a MTV apostavam na ruina da artista, devido ao album erotica ser fraco... blah blah blah... entaum, esperava-se uma turne grandiosa, mas na minha opiniao, Girlie Show nao emplacou como deveria (ela nao gostou das roupas D&G e acabou modificando varios looks durante os shows) mas depois ela lancou bedtime stories e tomou de assalto o mundo com o seu flerte inicial com a musica eletronica e o fato repete-se com essa turne.

Sticky foi burocratica, concordo em partes, ela nao permite-se mais a liberdade e provocacao do passado. Faz um show redondo, na maior parte do tempo, mas os momentos em que ela incendiou o morumbi foi com a coreografia de vogue que rendeu-se ao fetiche velado (as mascaras, perucas, bailarinos pela primeira vez, sem camisa) e a danca de rua (uma vez que os movimentos são mais rusticos e sem a leveza dos anos '90) e durante ray of light, onde todos que estavam na pista (incluindo eu) abracaram quem estava ao seu lado e cantou e pulou durante o refrao. Meus olhos se enxeram de lagrimas, Clenio. Entao, por essa sensacao de reencontro com voce, eh que eu continuo a aplaudi-la e ama-la. Mesmo que a tecnologia e o show tenha sido apenas bem executado, Madonna permitiu-nos viajar a epocas em que o planeta imaginava como seria o proximo look da diva, o seu proximo video clipe ou qual seria a sua proxima polemica. Por conta do imediatismo que reina em nossa sociedade, nenhum artista pode se dar ao luxo de ficar fora disso, infelizmente, ateh mesmo ela. Lembro-me que ela pediu desculpas por demorar 15 anos para voltar a SP e que ficou feliz em encerrar a primeira parte da turne na minha cidade. Foi MARA reencontra-la, ouvi-la e me emocionar com toda a lembranca de anos incriveis e de um jovem que dividiu muitas emocoes com essa artista. Seja cantando no colegial com os amigos, seja pendurando a foto com a capa de true blue na parede do quarto, ou indo a seus shows. Valeu a pena cada momento no meio daquele povo todo. Eh barbaro quando voce faz parte do coral de musicas que tocaram tantas vidas diferentes da mesma maneira.

Desculpe pelo texto imenso, mas escrevendo sobre Madge, dah nisto!

Abraços.


Olá meu caro. Primeiramente muito obrigado pela visita e pelas palavras. A Tânia é uma grande amiga. Fiquei curioso e resolvi aparecer por aqui, gostei muito, seu espaço é muito bonito! Bom, agora vamos ao que interessa né, Madonna, aff, assunto delicado para mim e principalmente nesse mundinho... Eu não sei se alguém vai entender, mas eu tenho fases com relação a ela sabe, em algumas fases eu amo de paixão, em outras fico menos empolgado, assim como você está. Nesse momento estou desprezando... hehe. Estou numa fase de valorização da música e da voz, ou estou mais melancólico, mais técnico sei lá, estou ouvindo Norah Jones, Aguilera, essas pessoas que cantam de verdade. Madonna é mais para performances, para ver o palco pegando fogo, gente voando essas coisas, já faz tempo que ela não canta de verdade, prefiro seu passado também. Não vi esse DVD e nem fui aos shows, prefiro mesmo manter a visão antiga e menos comercial dela, enfim, deixa eu parar senão vai aparecer um monte de fã na minha porta com tochas e tridentes... Abraçoooo!


Tenho a impressão (devidamente embasada) de que a exagerada pós-produção pela qual esse show passou para ser lançado no mercado sugere uma suposta frieza jamais percebida ao vivo. O que Madonna consegue expressar no palco é o que há de melhor na sua linha de entretenimento. Em um mundinho como o da música pop onde ter assumidos 50 anos poderia ser o beijo da morte para qualquer outro artista, observa-se que Madonna está para além de qualquer expectativa.
Assisti ao The Girlie Show ao vivo nos anos 1990. Recordo que ao chegar muito cedo ao Estádio do Morumbi, e observar os últimos detalhes serem checados naquele imenso palco, fiquei com a impressão de que talvez Madonna fosse apenas mais um peça naquela engrenagem toda; não mais que apenas outro elemento de cena. Contudo, ao surgir no palco, essa senhora assume o controle de sua geringonça com tanta voracidade que constatei que - de fato – aquilo tudo foi planejado e executado para girar em torno dela mesmo. Madonna como coadjuvante da tecnologia?? Só mesmo uma edição capenga para sugerir isso.
Abração Cleninho – e na próxima tour vem junto!
Fabinho.

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