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X-MEN, PRIMEIRA CLASSE

Posted by Clenio on 18:06 in

Não é preciso ser fã de HQ para se divertir assistindo a "X-Men, Primeira Classe", que traz de volta aos cinemas a trupe de mutantes da Marvel que devolveu qualidade e bilheteria às adaptações  de comic books à sétima arte. Desde que Bryan Singer lançou o primeiro "X-Men", em 2000, personagens como Homem-aranha, Homem-de-ferro e afins lotaram salas de cinema e redimiram transposições equivocadas anteriores. Mas, repetindo, o melhor, em se tratando de X-Men, é que nem é necessário gostar do estilo para curtir as duas horas do filme de Matthew Vaughn. Basta pegar refrigerante e pipoca e se deixar ser levado por uma trama que, a despeito de versar sobre heróis mutantes, fala também, sutilmente (ou nem tanto, às vezes), sobre a tolerância às diferenças.

Para quem não sabe, esse novo filme não é uma continuação da primeira trilogia - cujo segundo capítulo é tudo aquilo que se pode esperar de um filme de ação e um pouco mais: seguindo uma tendência cada vez maior, o que se mostra aqui é a gênese de toda a história contada antes, ou seja, não se pode esperar Ciclope, ou Jean Gray, ou Tempestade, ou Wolverine (ops, será que não??). A trama dessa nova investida da Marvel nas telas apresenta o início da relação de amizade/admiração/rivalidade entre duas das personagens mais interessantes do universo dos quadrinhos: Charles Xavier e Erik Lehnsherr, também conhecido como Magneto.

Vividos pelo inglês James McAvoy e pelo alemão Michael Fassbender, Xavier e Erik são a base de um roteiro que é valorizado pela seriedade (ainda que nunca deixe de lado o senso de humor). A inteligência da audiência jamais é desrespeitada, principalmente pela coragem dos produtores em situar toda a trama na famigerada crise dos mísseis de Cuba, momento crucial do governo Kennedy. É nesse momento, essencial para a história mundial, que a raça dos mutantes tem sua primeira cisão: de um lado, aqueles que acreditam em uma política de tolerância, liderados por Xavier. De outro, o grupo que vislumbra na guerra absoluta a solução para os problemas de discriminação e preconceito. Tem como não gostar de um filme que trata de assuntos tão sérios de forma tão comercial e popular?

"X-Men, Primeira Classe" começa em um campo de concentração polonês em 1944 (assim como o primeiro filme), quando Erik começa a perceber seus poderes de manipular metais. No mesmo ano, o jovem Charles Xavier também tem ciência de seus grandes poderes e assume a jovem Raven (também uma mutante) como sua irmã de criação. Em 1962, os caminhos dos dois jovens irão se cruzar na busca de Erik pela vingança contra Sebastian Shaw (Kevin Bacon), que matou sua mãe e na tentativa da CIA (na figura de Moira MacTaggert, vivida pela australiana Rose Byrne) em impedir a III Guerra Mundial, que está prestes a acontecer devido ao embargo americano ao país de Fidel Castro. Juntos, Xavier e Erik iniciam o recrutamento de jovens mutantes.

Resumir um filme de "X-Men" não é tarefa das mais fáceis, uma vez que sempre acontece tanta coisa - e de forma tão orgânica e natural - que é mais fácil realmente apertar o botão de relaxar e curtir cada cena, cada momento, cada diálogo. Sim, em toda a série - talvez com a possível exceção do fraco "Wolverine" - há o cuidado com a relação entre as personagens e a maneira com que os acontecimentos se conectam. E aqui, o público é brindado com duas aparições-relâmpago muito divertidas e com algumas cenas que explicam muito do que está por vir (ou já veio, depende de como se vê as coisas). E é por isso que a escolha do elenco, mais uma vez, mostrou-se extremamente acertada. James McAvoy é um dos melhores jovens atores do momento, e Jennifer Lawrence (indicada ao Oscar deste ano por "Inverno da alma") se sai muito bem como a adolescente Mística. Nicholas Hoult (o ator de "Um grande garoto" irreconhecível) e Kevin Bacon também não deixam a peteca cair (Bacon, aliás, parece se divertir muito no papel de vilão). Mas é inegável que o maior destaque é Michael Fassbender. Na ausência de Wolverine, é ele quem tem as melhores cenas, é por ele que o público torce mais fervorosamente e é ele que é o responsável por empolgar a audiência (até mesmo na esperada sequência que explica o motivo de Xavier estar preso em uma cadeira de rodas nas continuações). E honra o papel, vivido majestosamente por Ian McKellen nas primeiras partes.

Em suma, "X-Men, Primeira Classe" não decepciona os fãs dos primeiros filmes - ao menos àqueles que nunca leram uma linha sequer dos quadrinhos - e nem de longe é tão decepcionante quanto "Wolverine". É um exemplo a ser seguido por quem preza unir qualidade e sucesso financeiro. Vida longa aos mutantes!

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4 Comments


Então, sabe que nem vi a "outra trilogia"? Nunca fiquei tentado, mas não nego que estou curioso com este "primeira classe". Verei pela diversão proposta mesmo...

[]s


Um grande filme!
Não deixa nada a desejar com relação a trilogia!

Abraço,
Thomás

http://brazilianmovieguy.blogspot.com/2011/06/x-men-primeira-classe.html


Clênio, boa noite, Gaúcho! Menino, tô bege! Não via a hora para tirar uma folga e poder correr para assistir ao filme e voltar aqui para comentá-lo. O QUE É ESSE MAGNETO?! Gente, eu falei dele no Olhar, e desde 300, estou de olho nele. Simplesmente, roubou as cenas. E aquela em que ele aparece de gola rolê preta. Gente, um charme, só. E o IMDB, já o colocou em 1º lugar, como sexy simbol. O povo não perde tempo, né?! Mas enfim, o moço tem talento, carisma e beleza. O filme é bem contado, existem algumas divergências, sim, em relação ao HQ. E como os filmes são feitos para adolescentes (eles acham que só criança é que assiste) que não sabem das verdadeiras origens dos heróis. Caso recente foi com a condição humana do Thor. Horrível. Enfim, adorei o filme, o Michael, o James e todo o enredo. A ponta que o Wolverine faz, é hilária. Ótimo programa! Assistam.

Tem outro blogueiro de sp, o alessandro, que fanático por quadrinhos e cinemas. Quando puder passe por lá. Beijos.

www.cinemahomensepipoca.blogspot.com

Confira.


Clênio, boa noite, de novo. Apenas escrevi "para corrigir", a grafia. O correto é sex symbol.

Sorry. Beijão.

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