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TRÊS FILMES NACIONAIS

Posted by Clenio on 14:29 in


O cinema nacional passa por uma boa fase, ao menos em termos de diversificação. Temos espaço para comédias dramáticas ("O palhaço" já foi visto por mais de um milhão de espectadores, que beleza!), documentários, filmes policiais, espíritas.... enfim, tem pra todos os gostos. Infelizmente nem tudo são flores e pra cada "Tropa de elite 2" que surge, coisas como "Bruna Surfistinha" vem atrás. Vamos ver, então, três exemplares da recente safra brazuca de cinema.

MALU DE BICICLETA - O romance de Marcelo Rubens Paiva chegou às telas dirigido por Flávio Tambellini, que há alguns anos assinou o competente "Buffo & Spallanzani", baseado no livro de Rubem Fonseca. Dessa vez ele pega mais leve, contando uma história de amor sem maiores ambições que não a de entreter a audiência. De certa forma ele consegue. O filme é leve, tem alguns bons momentos, mas é prejudicado pelo insosso Marcelo Serrado, que vive o protagonista Luiz Mário, um paulista mulherengo(hein???) que se apaixona perdidamene pela bela carioca Malu (Fernanda de Freitas), que o atropela de bicicleta em pleno calçadão. O romance vai pra frente, mas, se a distãncia física não chega a atrapalhar o idilio, o ciúme surge surge com sua flecha preta e tudo começa se deteriorar. A trama de Paiva é interessante (faz até mesmo citações à "Madame Bovary", clássico de Flaubert), mas sua versão cinematográfica nunca chega a encantar, parecendo mais um especial televisivo. Dá pra encarar, mas sem muitas expectativas.



QUALQUER GATO VIRA-LATA - Juca de Oliveira é um mestre dos palcos, que o digam seus inúmeros sucessos de público. Uma de suas peças mais famosas ganhou adaptação para o cinema com o título encurtado ("Qualquer gato vira-lata tem uma vida sexual mais saudável que a nossa" era o quilométrico título original) e uma dupla central bonita, sexy e de apelo popular. No entanto, a receita desanda com a direção frágil de Tomás Portella, o roteiro exagerado na composição propositalmente afetada das personagens e com as atuações muito aquém do esperado do casal de protagonistas, que não tem nenhuma química. Cléo Pires (linda, mas só) interpreta Tati, uma estudante de Direito que leva um fora do namorado (Dudu Azevedo) e, desesperada, pede ajuda a Conrado (Malvino Salvador), um professor de biologia que defende a tese de que as fêmeas devem ser menos agressivas nos rituais de conquista dos machos. Conrado passa a tutorar Tati em seu projeto de reconciliação com o namorado, mas logicamente os dois acabam se apaixonando. O problema do filme é aquele que já foi visto várias vezes antes em outras adaptações teatrais para as telas: o que funciona em um palco nem sempre se dá bem na sétima arte. Para isso, é preciso talento para desenvolver bem um roteiro (coisa que não há aqui) ou ser criativo na direção (outra falha). O resultado final não machuca ninguém, mas dá um sono daqueles...



BELLINI E O DEMÔNIO - O segundo livro da série policial criada pelo músico Tony Bellotto sofreu cortes e alterações antes de estrear timidamente nos cinemas, em meio a crises com seu protagonista Fábio Assunção. Mas, de certa forma, ele apresenta algumas qualidades bastante interessantes, ainda que por vezes perdidas em meio a um roteiro confuso. Dessa vez, o detetive encarnado por Assunção, está passando por uma severa depressão quando reencontra uma ex-namorada que está investigando o violento assassinato de uma adolescente em uma escola de classe média. Inesperadamente, os dois acabam envolvidos em uma trama que mistura magia negra e rituais satânicos. A história é empolgante e, se o diretor Marcelo Galvão tivesse usado com menos exagero algumas de suas ideias visuais, poderia ter se transformado em um filme memorável em um gênero ainda não devidamente explorado por aqui. Mas no cômputo geral tudo fica muito longe de ser recomendável. O trabalho de Fábio Assunção é notável e o clima de suspense da primeira metade funciona muito bem, mas depois de uma hora de filme, as coisas saem dos eixos de maneira irremediável (e culminam com uma participação vergonhosa de Marília Gabriela como atriz). Fica apenas a sensação de que poderia ter sido um grande trabalho...

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1 Comments


Dos três filmes assisti apenas "Bellini e o Demônio" e me decepcionei.

O original tinha como destaque o estilo noir, com uma trama interessante. Já nesta sequência o diretor parece querer fazer um filme de terror e suspense, porém exagerando nos efeitos visuais, além de Fábio Assunção parecer estar realmente chapado durante as cenas.

Abraço

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