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ADEUS ÀS EMPREGUETES

Posted by Clenio on 22:04 in
Quem diria que uma novela protagonizada por três empregadas domésticas que se tornam famosas como cantoras populares poderia se tornar um dos maiores sucessos de 2012, não é? Escrita pelos novatos Filipe Miguez e Izabel de Oliveira, "Cheias de charme" estreou no dia 16 de abril e, com pouco mais de 140 capítulos - quando a média das novelas globais é de 200 - deixou sua marca como uma das mais divertidas, leves e inventivas tramas dos últimos anos. Contando com muito mais qualidades do que defeitos, a trama fez rir, emocionou e não teve medo de unir os mais batidos clichês da teledramaturgia com a tecnologia das novas mídias, haja visto o sucesso que fez também nas redes sociais. O balanço final da trama não poderia ser mais positivo.

Primeiro é preciso louvar o texto dos autores. Engraçadíssimos, repletos de referências à cultura popular brasileira e em alguns momentos de grande sensibilidade, os diálogos de Miguez e Oliveira mostraram um equilíbrio raro, nunca pesando a mão em um extremo ou outro. Mesmo quando ameaçava cair no folhetim barato, a história das empreguetes conseguia rir de si mesma e, melhor ainda, tinha um elenco afiadíssimo a defender algumas das personagens mais deliciosas a passar pelas telas da Globo em muito tempo, como a cantora Chayene - vivida por uma extraordinária Cláudia Abreu, que matou as saudades dos fãs - e sua fiel escudeira Socorro (a ótima revelação Titina Medeiros).

As protagonitas criadas pelos autores também foram um gol de placa. Cada uma com características próprias, elas encontraram fãs de norte a sul do país. A Maria da Penha de Taís Araújo recuperou o prestígio da atriz - prejudicado pela pálida Helena de "Viver a vida" - e possibilitou a ela uma dupla impagável com o marido boa-vida Sandro (a melhor atuação de Marcos Palmeira até hoje). A dedicada Maria do Rosário (ou Rosilene, Roxane, Rosicler, conforme chamada por Chayene) mostrou o talento de Leandra Leal como heroína - e seu romance com Inácio (Ricardo Tozzi em papel duplo) também convenceu plenamente. E por fim, a doce Maria Aparecida deu a grande chance que a bela Isabelle Drummond precisava desde que surgiu como a Emília novo século do "Sítio do Picapau Amarelo". Sua história de amor com o príncipe encantado Elano (Humberto Carrão) conquistou o público que gosta de torcer por um romance de novelas, embalada pela linda canção "Pavilhão de espelhos", na voz de Roberta Sá.


O melhor de "Cheias de charme" é que todas as suas tramas paralelas funcionaram à perfeição, desde as mais sérias até as mais cômicas. Todo o elenco bem escalado teve chance de brilhar, a trilha sonora casou com exatidão às imagens e mesmo quando a direção saía do tradicional - com a imaginação das personagens tomando vez - tudo cabia perfeitamente no tom proposto pelos autores. Contando com participações especiais de gente como Luan Santana, Faustão, Ana Maria Braga, Zezé di Camargo & Luciano, Calypso e Michel Teló, a novela também espelhou a atual cultura popular nacional - pro bem ou pro mal.

Infelizmente "Cheias de charme" acabou. Mas os fãs de novelas tem mais é que agradecer à Chayene, Socorro e às empreguetes por seus 143 capítulos de diversão.

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