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PLANO DE FUGA

Posted by Clenio on 01:56 in
Coitado do Mel Gibson! Um dos atores mais poderosos do cinemão americano nos anos 80 e 90 - e que mostrou talento incomum quando transferiu-se para a cadeira de diretor, ganhando uma pá de Oscar por "Coração valente" e uma fortuna em dólares e controvérsia com "A paixão de Cristo" - o astro das séries "Máquina mortífera" e "Mad Max" cavou a própria sepultura, entrando em polêmicas com a comunidade judia (uma das mais influentes de Hollywood) e virando manchete sensacionalista com seus problemas domésticos. Uma das mais contundentes provas de que o australiano realmente está em seu inferno astral cinematográfico é o fato de seu mais recente trabalho, o policial "Plano de fuga", ter saído direto em dvd e bluray nos EUA, nem chegando às salas de exibição. A maior ironia de tudo isso? O filme, dirigido por Adrian Grunberg - que foi assistente de direção de Gibson em "Apocalypto" - é muito melhor do que a grande maioria dos filmes de ação lançados mensalmente pelos grandes estúdios.

Mesmo que derrape em um final meio forçado, "Plano de fuga" prende a atenção da plateia desde seus primeiros minutos, graças a uma direção firme e um roteiro sempre surpreendente: tudo começa em uma perseguição automobilística na fronteira do México, quando policiais corruptos conseguem prender o assaltante que, preso, passa a ser conhecido como Gringo (Gibson, fazendo suas caras e bocas habituais, dessa vez dentro do contexto). Transferido para uma prisão conhecida como "El Pueblito", ele logo percebe que as coisas não serão fáceis pra ele, especialmente porque os guardas que o prenderam não veem a hora de botar a mão no resto do dinheiro do assalto. Tomando conhecimento das regras da prisão, ele descobre um sistema de hierarquia no lugar e que um precoce menino de dez anos (Kevin Hernandez), protegido do manda-chuva Javi (Daniel Giménez Cacho) pode ser seu passaporte para a fuga.

Fotografado em cores quentes e editado nervosamente, "Plano de fuga" é um filme adulto, sem espaço para piadinhas sem graça e dotado de um ritmo particular. Sem pressa de contar sua história, o roteiro co-escrito por Gibson, Grunberg e Stacy Perskie apresenta suas personagens, seus conflitos e suas soluções em pouco mais de noventa minutos, sem tempos mortos. Tudo bem que as sequências finais sejam um tanto exageradas - e que abram até a possibilidade de uma continuação - mas o clima quente da trama (valorizada pela trilha sonora do brasileiro Antonio Pinto), as viradas bem localizadas, algumas cenas muito bem realizadas (como um tiroteio em pleno Pueblito) e a química entre Gibson e o garoto Kevin Hernandez fazem tudo valer a pena. Um filme que merece ser descoberto!

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