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TED

Posted by Clenio on 22:04 in
Nada como uma boa polêmica para servir de marketing gratuito, não? Apesar do enorme sucesso que fez nos EUA - onde há inclusive uma sequência engatilhada - a comédia "Ted", escrita e dirigida por Seth McFarlane (criador da série de animação "Uma família da pesada") poderia tranquilamente passar sem maior alarde pelas salas de exibição brasileiras não fosse o ataque histérico de um deputado ofendido com o teor adulto de um filme estrelado por um aparentemente inofensivo ursinho de pelúcia. Causando um efeito totalmente contrário com sua indignação, o nobre político despertou em muita gente uma curiosidade até então quase inexistente a respeito de um produto que, se tem a coragem de deixar de lado o ranço politicamente correto que vem extinguindo o humor das comédias americanas, também não é tão bom quanto muitos fãs entusiasmados fazem crer.

Pra quem não sabe, o Ted do título é um ursinho de pelúcia que, por graça de uma estrela cadente, ganhou vida e tornou-se o melhor amigo de John Bennett, um menino solitário e carente da companhia de outras crianças. Vinte e sete anos depois, ele já não é mais tão famoso quanto no passado e vive uma relação de companheirismo à toda prova com o já adulto Bennett (interpretado com gosto por Mark Wahlberg). Usuário de drogas, promíscuo e boca-suja, Ted é o único amigo do rapaz, que não consegue deixar pra trás sua eterna infância/adolescência e acompanha o ursinho em noitadas e programas absolutamente perdedores - como cultuar Flash Gordon. Quando a bela Lori (Mila Kunis) passa a pressionar o namorado para que ele finalmente cresça e assuma uma relação mais comprometida com ela, um conflito instala-se na vida de John.

E é isso. Com uma história central bastante rala e que esbarra no clichê em inúmeros momentos, "Ted" salva-se pela saraivada de citações de cultura pop, sendo que algumas funcionam e outras nem tanto. A ideia principal - um inocente ursinho cometendo atrocidades - é interessante na primeira meia-hora de projeção, mas torna-se cansativa conforme o público vai percebendo que o roteiro se encaminha para um final já visto dezenas de vezes em comédias ou dramas românticos. E mesmo que muita gente possa gargalhar ao assistir a uma briga de socos e pontapés entre Bennett e seu melhor amigo (ou encontrar graça nos desvarios do protagonista em relação ao ator Sam Jones) é difícil entender como esse tipo de humor por vezes rasteiro consegue atingir a um público tão amplo. Talvez por ser tão raro falar tanta barbaridade sem ofender ao planeta inteiro, um filme como "Ted" surge como uma válvula de escape. Mas não se pode julgé-lo melhor do que ele é simplesmente porque ele não tem papas na língua...

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1 Comments


Sempre que um falso moralista ataca algum filme, acaba transformando o longa em sucesso, mesmo que o filme não seja grande coisa.

Abraço

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