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AMIGOS INSEPARÁVEIS/A FUGA/AMOR É TUDO O QUE VOCÊ PRECISA/KILLER JOE, MATADOR DE ALUGUEL

Posted by Clenio on 16:18 in
AMIGOS INSEPARÁVEIS - Que Al Pacino é um ícone do cinema não há mais a menor das dúvidas. Infelizmente, depois de seu merecido Oscar pelo filme "Perfume de mulher" - há longínquos vinte anos - o homem que deu ao mundo obras-primas da atuação em produções inesquecíveis como a trilogia "O poderoso chefão" e "Um dia de cão" não encontrou mais nenhum grande papel, daqueles que poderiam lhe proporcionar uma chance maior de brilho. Parece que seus trejeitos dominaram sua técnica e sua emoção, e isso salta aos olhos até mesmo do mais fiel fã. Enquanto não lhe surge um projeto capaz de devolver-lhe o status de maior ator americano vivo (ao lado de Robert DeNiro, que esse ano ameaçou um retorno à boa forma com o papel coadjuvante em "O lado bom da vida"), o eterno Michael Corleone se diverte em filmes como "Amigos inseparáveis", um policial que mistura humor e drama para contar as aventuras de um ex-presidiário (ecos de "O pagamento final"?) que reencontra dois antigos companheiros em sua primeira noite de liberdade e descobre que sua cabeça está a prêmio por ele ter matado o filho único de um mafioso. Enquanto espera o desfecho trágico da noite - e sabendo que o executor será seu amigo de longa data vivido por Christopher Walken - o ex-criminoso parte em busca de um terceiro colega que está em um asilo (Alan Arkin) e lhe chama para uma despedida em grande estilo. Ainda que demore para engrenar e desperdice o talento de Julianna Margulies - no papel de uma enfermeira (saudades de "Plantão Médico"), filha de Arkin - "Amigos inseparáveis" consegue fazer rir em alguns momentos e cumpre a promessa de dar ao espectador uma hora e meia de diversão sem maiores ambições. Alan Arkin rouba o filme - que cresce muito com a sua presença - mas é inegável que falta substância a seu resultado final. O diretor é o também ator Fisher Stevens (que fez o papel de um analista que namorou Phoebe em um episódio da série "Friends").


A FUGA - Depois do Oscar de melhor filme estrangeiro por "Os falsários", o cineasta austríaco Stefan Ruzowitsky faz sua estreia no cinema americano com uma produção que decepcionou todo mundo. Massacrado pela crítica, o thriller "A fuga" tampouco emplogou a audiência, que ignorou sua passagem pelas telas. Merecia tanto ódio e descaso? Vamos dizer que não. Mesmo que esteja longe de ser um grande filme, a história de dois irmãos que, durante um particularmente gelado feriado de Ação de Graças, tenta manter o dinheiro que roubou de um cassino, prende a atenção de forma satisfatória do início ao fim. Deixando de lado qualquer pretensão a aprofundar-se nos dramas de suas personagens e até mesmo esquecendo de resolver algumas situações estabelecidas em seu começo, o roteiro não é o ponto forte do filme, mas a direção de Ruzowitsky até que faz milagres, criando tensão em vários momentos e explorando dentro das possibilidades as atuações de um elenco heterogêneo que inclui Eric Bana e Olivia Wilde como os irmãos criminosos, os veteranos Kris Kristofferson e Sissy Spacek como um casal que vive isolado e recebe a indesejável visita do protagonista em seu jantar comemorativo, Kate Mara como uma policial que sofre com a proteção do pai xerife (Treat Williams) e o jovem promissor Charlie Hunnam como um boxeador que sai da cadeia e se apaixona por Wilde. A forma com que as personagens se cruzam não deixa de ser interessante, apesar do final soar previsível e um tanto inverossímil. Ainda assim, vale uma espiada sem compromisso.

AMOR É TUDO O QUE VOCÊ PRECISA - Mais uma vez a Itália é o cenário para uma história de amor, comprovando que suas belas paisagens servem perfeitamente ao estilo. Dirgido pela dinamarquesa Susanne Bier (que assinou o poderoso "Em um mundo melhor", que assim como "Os falsários" também levou o Oscar de melhor filme estrangeiro), "Amor é tudo o que você precisa" tem tudo para agradar à ala romântica da plateia, mas peca pela superficialidade. A trama clichê começa quando uma cabeleireira que está se curando de um câncer (vivida por Trine Dyrholm) flagra o marido com outra mulher às vésperas de sua viagem para a Itália para acompanhar o casamento da filha. Sentindo-se perdida e triste, ela conhece o pai do noivo (Pierce Brosnan), que é viúvo, e surge entre eles uma atração que esbarra em suas dificuldades de encarar novos sentimentos. Enquanto isso, os próprios noivos passam a ter dúvidas sobre seu relacionamento. Sensível e encantador em alguns momentos, o filme de Bier perde, porém, em não tornar exatamente crível o romance entre os protagonistas, apesar do talento dos atores. É um filme romântico comum, sem maiores arroubos de criatividade, o que não deixa de ser decepcionante quando se lembra da força dramática de sua obra anterior.

KILLER JOE, MATADOR DE ALUGUEL - Quando se assiste a "Killer Joe, matador de aluguel", percebe-se como é impressionante a energia do cineasta William Friedkin. Aos 77 anos de idade, o diretor de "O exorcista" e "Operação França" criou um filme amoral, cínico e dono de uma violência tão crua que até mesmo Quentin Tarantino deve ter ficado desconfortável. Matthew McConaughey vive a personagem-título, um matador que é contratado por uma família disfuncional para cometer um assassinato que lhes dará um belo seguro de vida. O que é mais chocante? Os mandantes do crime são o ex-marido e o filho da vítima, que não nutrem por ela sentimentos exatamente carinhosos. Quando o plano sai dos trilhos - e o dinheiro não sai da forma esperada - o matador (que também é um policial) parte para um plano B, que acabará em muito sangue. A carnificina final, aliás, é surpreendentemente forte (em especial a sequência polêmica que envolve uma coxa de frango). Some-se a isso trabalhos interessantes de Emile Hirsch, Thomas Haden Church e Gina Gershon e um roteiro imprevisível e tem-se um dos melhores policiais dos últimos dois anos. É o clube dos veteranos ensinando os novatos a fazer bom cinema.

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1 Comments


Preciso ver "Killer Joe" e "Amor é tudo o que você precisa" :))

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