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CARRIE, A ESTRANHA

Posted by Clenio on 16:41 in
A única vantagem desse desnecessário remake - assim como todos o são - de "Carrie, a estranha" é o fato de sua protagonista, a ótima Chloe Grace Moretz ser a primeira adolescente a representar a personagem criada pelo escritor Stephen King - a mais famosa personificação da heroína das vítimas de bullying, Sissy Spacek, que chegou a ser indicada ao Oscar por seu desempenho, tinha 26 anos quando o filme de Brian de Palma estreou, em 1976. Tirando esse detalhe que lhe dá um mínimo de veracidade, essa nova versão, dirigida por Kimberly Peirce, fracassa em seu principal objetivo: é um filme de suspense sem suspense.

Moretz - que chamou a atenção em outro remake, do terror escandinavo "Deixe ela entrar" e pela impagável Hit-Girl dos dois "Kick-ass" - faz o que pode na pele da massacrada Carrie, filha de uma religiosa fanática (vivida com a competência habitual por Julianne Moore) que, depois de anos estudando em casa e afastada das "tentações da carne", precisa lidar com a crueldade de suas colegas de escola quando tem a sua primeira menstruação diante de todas elas. Humilhada por causa de sua timidez e falta de sociabilidade - além de não vestir-se de acordo com as regras impostas pelas patricinhas com quem estuda - ela vê uma luz no fim do túnel de seu sofrimento quando o disputado Tommy Ross (Ansel Elgort) a convida para o baile de formatura, incentivado pela namorada, Sue (Gabriella Wilde). O que poderia ser o melhor momento de sua vida, porém, torna-se um pesadelo, que a obriga a lidar com seus recém-descobertos poderes telecinéticos.

Apostando em uma profusão de efeitos especiais que tiraram totalmente o charme sutil da obra cinematográfica original, o filme de Peirce peca em exagerar em praticamente tudo, pouco deixando para a imaginação - talvez subestimando a inteligência da audiência ou talvez sabendo que, para seu público-alvo, isso é um detalhe insignificante quando existe um banho de sangue. E sangue é o que não falta, para alegria dos sádicos de plantão. Infelizmente, ele não é o suficiente para justificar um remake que nada acrescenta ao original. Peirce - que debutou em Hollywood no poderoso "Meninos não choram" e dirigiu o pouco visto mas muito interessante "Stop-loss, a lei da guerra", com Channing Tatum e Joseph Gordon-Levitt - parece ter perdido a coragem demonstrada em seu filme de estreia, realizando uma obra engessada ao respeito exagerado ao livro de King. Pode agradar aos fãs do gênero, mas não é bom cinema.

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1 Comments


Eu gostei, mas tinha certeza que você acharia isso. E de fato, é muito engessado SIM e não acrescenta em nada, principalmente para aqueles que já viram o outro filme. Isso foi algo que me deixou inquieto dentro do cinema. Quase o filme todo eu já sabia tudo o que ia acontecer e foi idêntico ao outro. As mesmas cenas. Às vezes quase os mesmos diálogos. Tudo. Só me deixou com uma impressão boa pelo final. E não aquele final com todos no baile. Mas o final em que aparece apenas a Carrie na rua.

Zukm.t ;)
bjooo

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