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SOBRENATURAL - CAPÍTULO 2

Posted by Clenio on 18:44 in
Depois do sucesso-surpresa de "Invocação do mal" - um dos maiores êxitos de bilheteria de 2013 - o diretor James Wan e o roteirista Leigh Whannel ficaram cheios de moral. Tida como a responsável pela ressurreição dos filmes de terror sérios desde que seu "Sobrenatural" rendeu mais de 50 milhões de dólares - contra um orçamento diminuto de 1 milhão e meio - a dupla resolveu capitalizar em cima do prestígio adquirido seguindo o caminho mais fácil para isso: uma continuação. Infelizmente, "Sobrenatural - Capítulo2" não apenas falha em repetir o clima e os sustos do filme original como consegue estragar uma ideia excelente com um roteiro confuso, uma edição preguiçosa e uma história que, ao invés de apavorar, apenas dá sono.

O final do primeiro "Sobrenatural" não deixava dúvidas de que uma continuação estava por vir - o que por si só não chega a ser um demérito, uma vez que finais em aberto já são ingredientes comuns em filmes do gênero. O problema é que o roteiro da segunda parte praticamente trata o público - e a protagonista vivida por Rose Byrne - como idiotas. Sem estragar o prazer de quem não assistiu ao filme original - que faz uma justa e competente homenagem aos clássicos de terror dos anos 80, em especial "Poltergeist, o fenômeno" - basta dizer que a revelação de sua última cena é virtualmente ignorada. O roteiro prefere seguir um caminho distinto do esperado, dando mais importância à dupla de caça-fantasmas atrapalhados liderada pelo autor da trama, Leigh Whannell, do que ao suposto personagem central, Josh (interpretado por um Patrick Wilson deslocado e subaproveitado), a quem só resta ficar fazendo caras e bocas.

Enquanto o "Sobrenatural" lançado em 2010 não abria mão de criar um clima que fazia o espectador pular da poltrona a cada cinco minutos, sua segunda parte se arrasta indefinidamente sem proporcionar um único momento de real tensão. A subtrama - que conta as origens de um fantasma reprimido na infância pela mãe castradora - não empolga principalmente porque soa mais como uma forma de apontar uma sobrevida à série (uma spin/off com os malfadados caçadores de ectoplasma) do que exatamente um elemento importante à história da família. Não há equilíbrio entre as duas narrativas do filme, ambas enfadonhas e previsíveis, e seu desenvolvimento é enfadonho e arrastado - além de nunca envolver o público, que acaba tendo dificuldade em acompanhar as idas e vindas do que se convencionou chamar de "mundo dos sonhos" na mente dos roteiristas.

É inevitável que um terceiro "Sobrenatural" venha por aí. Mas, a julgar por seu aborrecido segundo capítulo servirá apenas para encher os bolsos de seus criadores e não para agradar os fãs de um bom filme de terror.

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