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OSCAR 2017 - MELHOR ATRIZ

Posted by Clenio on 19:36 in ,
Já faz muitos anos que o Oscar de Melhor Atriz deixou de surpreender o público. Talvez desde que Marion Cottilard arrebatou a estatueta por "Piaf: um hino ao amor", na cerimônia de 2008 - e mesmo assim, já tendo ganho o Golden Globe, foi uma surpresa meio esperada. Este ano a disputa parece feia, ainda que, assim como aconteceu em 1999, quando Gwyneth Paltrow saiu vencedora por "Shakespeare apaixonado", em detrimento de nomes como Meryl Streep, Cate Blanchett e Fernanda Montenegro, a bela Emma Stone tenha alguns corpos de vantagem sobre as rivais, graças a seu carisma, juventude e a simpatia de seu filme. Stone está ótima em "La La Land" - mas será que seu trabalho realmente é o melhor dos cinco candidatos? Como estamos falando de Oscar (ou, em outras palavras, da indústria hollywoodiana de entretenimento), talvez não seja, mas isso é o que menos importa.

ISABELLE HUPPERT - A mais grata surpresa do Oscar 2017 é a indicação de Huppert, a cara do cinema francês no momento - assim como o foram Isabelle Adjani nos anos 80 e Juliette Binoche na década de 90. Menos popular que as duas e mais conhecida dos cinéfilos com tendências mais intelectuais e ratos de cinemateca, Huppert é uma atriz de primeira grandeza, rica em nuances e capaz de mergulhar sem medo em trabalhos densos - como "A professora de piano", de Michael Haneke - ou produções mais solares, como "O que está por vir", que este ano, foi o filme responsável de colocá-la no radar das premiações. Por causa dele - e por "Elle", do holandês Paul Verhoeven (de "Robocop", "Instinto selvagem" e do infame "Showgirls" - Huppert foi homenageada pelos críticos de Los Angeles e Nova York, além da Associação Nacional de Críticos. O inesperado Golden Globe e a indicação ao Oscar vieram apenas por "Elle" - onde interpreta uma mulher vítima de violência sexual que se recusa a deixar-se abater pelo acontecimento - mas apenas porque o papel é bem mais "típico" de Oscar. Sua vitória seria um tanto inesperada, mas muito comemorada por quem gosta de cinema mais autoral e menos comercial.

RUTH NEGGA - A única indicação do belo "Loving", de Jeff Nichols, sublinha uma de suas maiores qualidades. Em uma interpretação discreta mas avassaladoramente expressiva, Ruth Negga (mulher do ator Dominic Cooper) agarra com unhas e dentes a oportunidade de transformar-se em estrela. Quem assistiu ao filme sabe do que ela é capaz mesmo em silêncio, mas suas chances de vitória são bem pequenas frente às demais indicadas. Mas é um belo empurrão para uma carreira que promete.

NATALIE PORTMAN - Em sua terceira indicação ao Oscar, a bela Natalie Portman - vencedora em 2011 pelo perturbador "Cisne negro" - tenta o bicampeonato por seu retrato da primeira-dama mais famosa dos EUA. Em "Jackie", do chileno Pablo Larraín, ela constrói uma Jacqueline Kennedy equilibrada entre a imagem que desejava passar ao público e a mulher que tentava lidar com a perda do marido, do poder e da vida de glamour. Prejudicada pelo estilo semi-documental do filme, que foge das tradicionais cinebiografias, Portman escapou imune das críticas e conquistou uma merecida indicação - mas suas chances vem diminuindo a cada dia. Uma pena, já que seu trabalho é ótimo.

EMMA STONE - Indicada há dois anos como coadjuvante - por "Birdman" - a jovem Stone tem tudo a seu favor: é bonita sem ser ameaçadora, é simpática, é talentosa, é popular e está no elenco do filme com o maior número de indicações do ano. Além disso, em "La La Land" ela atua, canta e dança, mostrando uma versatilidade que comprova o talento com que acenava na comédia adolescente "A mentira" (2010), que lhe rendeu sua primeira indicação ao Golden Globe. No filme que pode lhe render um Oscar um tanto precoce, ela interpreta uma aspirante a atriz que descobre, da pior maneira possível, que profissão e amor nem sempre conseguem andar de mãos dadas, e o faz com graça e bom-humor. Uma interpretação que já lhe deu um Golden Globe, um prêmio do Sindicato de Atores e um BAFTA (o Oscar britânico). O Oscar já está quase aumentando esta lista.

MERYL STREEP - Em sua vigésima indicação, a atriz mais respeitada de Hollywood não apenas é aplaudida por seu imenso talento em dar vida a personagens de todo tipo, mas também por suas opiniões políticas lúcidas e inteligentes e por sua extrema generosidade. Não é à toa que seu nome já virou sinônimo de Oscar ainda que ela tenha apenas três estatuetas (uma a menos que a recordista Katharine Hepburn, com quatro na categoria principal). Em "Florence: quem é essa mulher?", do inglês Stephen Frears, ela traz à vida uma milionária nova-iorquina que existiu na vida real e que, apaixonada por música, era incapaz de perceber o quão ruins eram suas tentativas de cantar e mesmo assim conquistava a todos por sua simpatia e bom-humor. O filme é apenas agradável, mas, como sempre, Streep o eleva a um patamar acima da média. Mas deve ficar apenas na indicação, mais uma vez.

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