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O HOMEM DO FUTURO
Posted by Clenio
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15:19
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CINEMA 2011
É preciso dar mão a palmatória e assumir que o cinema nacional vem atingindo um nível técnico bastante elogiável. Problemas de som e edição, tão comuns nos anos 70 e 80 - e que foram grandes responsáveis pela evasão do público - hoje em dia praticamente inexistem, ainda que sempre dê para melhorar. Uma prova disso é "O homem do futuro", terceiro longa do cineasta Claudio Torres. Tecnicamente apurado - até mesmo os discretos efeitos visuais são bem realizados - a obra é perceptivelmente bem cuidada em termos visuais e sonoros. Infelizmente, há algo de ligeiramente errado no filme. Talvez seja porque falta o humor brejeiro do trabalho anterior de Torres, a bem-sucedida comédia "A mulher invisível". Ou talvez seja porque tudo soa como dèja-vu: qualquer fã de cinema já viu a história contada aqui em outros filmes, que vão desde a nostalgia do já clássico "De volta para o futuro" até o pessimismo do surpreendentemente bom "O efeito borboleta". O que resulta disso? Um filme bem dirigido, com ótimos atores e um roteiro razoavelmente consistente, mas que peca por não surpreender em momento algum.
A história de "O homem do futuro" não ofende ninguém. O cientista João (Wagner Moura), também conhecido como "Zero" devido a um trauma ocorrido vinte anos atrás, está em vias de descobrir uma nova forma de energia que lhe dará fama e fortuna - assim como para sua patrocinadora, Sandra (Maria Luisa Mendonça). Um problema durante um teste, porém, o leva para o dia 22 de novembro de 1991, justamente a data em que foi humilhado pela mulher que amava, a bela Helena (Alinne Moraes). Chegando no passado, João resolve ajudar a sua versão mais jovem e impedir que ele sofra as decepções vindouras. Ao conseguir isso, porém, ele altera o futuro para uma versão mais sombria para Helena e seu melhor amigo, além de tornar-se um canalha de marca maior. Para consertar o erro, uma outra versão sua também resolve viajar ao passado.
Sim, tudo em "O homem do futuro" lembra a comédia estrelada por Michael J. Fox em 1985. A boa notícia é que Torres não apenas faz uma homenagem ao gênero "viagens no tempo": ele também leva o espectador a experimentar uma própria volta a seu passado, com uma trilha sonora inteligente - que dá importância crucial a "Tempo perdido", da banda Legião Urbana - e piadas bem sacadas, ainda que nunca brilhantes ou originais (e é possível que essa ausência de um humor mais fácil é que faça falta no resultado final). Contando com um elenco extremamente competente (Wagner Moura convence em todas as suas versões), o diretor apresenta um trabalho correto (característica que mantém desde sua estreia, o pouco visto "Redentor") mas que não empolga sua audiência. O filho mais velho de Fernanda Montenegro ainda deve ao público um produto à altura do talento demonstrado até aqui.
No final das contas, "O homem do futuro" é uma diversão ingênua e inofensiva, um programa razoável para um domingo chuvoso. Mas - com exceção da técnica - não acrescenta muito à filmografia nacional.
A história de "O homem do futuro" não ofende ninguém. O cientista João (Wagner Moura), também conhecido como "Zero" devido a um trauma ocorrido vinte anos atrás, está em vias de descobrir uma nova forma de energia que lhe dará fama e fortuna - assim como para sua patrocinadora, Sandra (Maria Luisa Mendonça). Um problema durante um teste, porém, o leva para o dia 22 de novembro de 1991, justamente a data em que foi humilhado pela mulher que amava, a bela Helena (Alinne Moraes). Chegando no passado, João resolve ajudar a sua versão mais jovem e impedir que ele sofra as decepções vindouras. Ao conseguir isso, porém, ele altera o futuro para uma versão mais sombria para Helena e seu melhor amigo, além de tornar-se um canalha de marca maior. Para consertar o erro, uma outra versão sua também resolve viajar ao passado.
Sim, tudo em "O homem do futuro" lembra a comédia estrelada por Michael J. Fox em 1985. A boa notícia é que Torres não apenas faz uma homenagem ao gênero "viagens no tempo": ele também leva o espectador a experimentar uma própria volta a seu passado, com uma trilha sonora inteligente - que dá importância crucial a "Tempo perdido", da banda Legião Urbana - e piadas bem sacadas, ainda que nunca brilhantes ou originais (e é possível que essa ausência de um humor mais fácil é que faça falta no resultado final). Contando com um elenco extremamente competente (Wagner Moura convence em todas as suas versões), o diretor apresenta um trabalho correto (característica que mantém desde sua estreia, o pouco visto "Redentor") mas que não empolga sua audiência. O filho mais velho de Fernanda Montenegro ainda deve ao público um produto à altura do talento demonstrado até aqui.
No final das contas, "O homem do futuro" é uma diversão ingênua e inofensiva, um programa razoável para um domingo chuvoso. Mas - com exceção da técnica - não acrescenta muito à filmografia nacional.