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POLANSKI, UMA VIDA
Posted by Clenio
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12:50
in
LITERATURA
O cineasta Roman Polanski não é uma unanimidade - e nem pretende ser, a julgar por seus trabalhos e sua polêmica vida pessoal - mas é inegável que tem em seu currículo alguns dos mais perturbadores filmes do século XX, como "Repulsa ao sexo", "O bebê de Rosemary" e, por que não?, "Lua de fel". Vítima de uma infância sofrida - a mãe morreu em um campo de concentração - e de uma vida adulta repleta de acontecimentos nada corriqueiros - a mulher, Sharon Tate, grávida de oito meses foi assassinada barbaramente em 1969 e ele próprio fugiu dos EUA, acusado de estupro de uma menor de idade em 1977 - o diretor polonês tem, no mínimo, uma trajetória que merecia uma biografia decente. Infelizmente não é isso que acontece em "Polanski, uma vida", escrita por Christopher Sandford e publicada no Brasil pela Nova Fronteira. Não dá pra saber ao certo se o problema é a tradução sofrível, os erros de português da revisão, a superficialidade do texto ou os erros factuais cometidos pelo autor, mas ler o livro até seu final é uma experiência mais tenebrosa que os sonhos de Rosemary, personagem do filme mais famoso do biografado.
A orelha do livro diz que Sandford é uma das figuras mais proeminentes da área da cultura nos EUA, o que, a princípio, encoraja bastante o leitor (apesar da ideia inexplicável de oferecer a José Wilker (??) o prefácio do livro, três páginas em que mais uma vez o ator e pretenso crítico de cinema não fala nada com nada...). Acontece que, se Sandford é realmente a sumidade que parece, a área da cultura americana está precisando urgentemente de uma renovação. Alguns trechos da obra são simplesmente chocantes de tão rasos - é impressionante o resumo ridídulo que ele faz de "O bebê de Rosemary", por exemplo, assim como sua descrição dos acontecimentos posteriores à morte de Tate - e outros de um psicologismo barato de assustar qualquer leitor. E é bom nem questionar erros crassos como dizer que "Chinatown" fez boa bilheteria no mesmo verão de 1974 que "Guerra nas estrelas", que, como todo mundo sabe, estreou três anos depois.
E o problema maior de Polanski, uma vida - se ser mal escrito já não é problema grande o bastante - é sua edição. É imperdoável que uma editora experiente como a Nova Fronteira tenha publicado um livro com tantos erros de diagramação e revisão, que deixam alguns trechos absolutamente incompreensíveis (e, corrijam-me se eu estiver errado, mas a nova ortografia manda que o adjetivo abrupta passe a ser escrito ab-rupta??). Em resumo, foi uma tortura ler essa biografia de um nome tão interessante da sétima arte. Meu consolo é que em breve estaremos assistindo a seu novo filme, "O deus da carnificina", que promete muito, por sua assinatura e pelo elenco de ouro (Jodie Foster, Kate Winslet, John C. Reilly e Christoph Waltz). Roman Polanski não merecia mais essa provação em sua vida!!
A orelha do livro diz que Sandford é uma das figuras mais proeminentes da área da cultura nos EUA, o que, a princípio, encoraja bastante o leitor (apesar da ideia inexplicável de oferecer a José Wilker (??) o prefácio do livro, três páginas em que mais uma vez o ator e pretenso crítico de cinema não fala nada com nada...). Acontece que, se Sandford é realmente a sumidade que parece, a área da cultura americana está precisando urgentemente de uma renovação. Alguns trechos da obra são simplesmente chocantes de tão rasos - é impressionante o resumo ridídulo que ele faz de "O bebê de Rosemary", por exemplo, assim como sua descrição dos acontecimentos posteriores à morte de Tate - e outros de um psicologismo barato de assustar qualquer leitor. E é bom nem questionar erros crassos como dizer que "Chinatown" fez boa bilheteria no mesmo verão de 1974 que "Guerra nas estrelas", que, como todo mundo sabe, estreou três anos depois.
E o problema maior de Polanski, uma vida - se ser mal escrito já não é problema grande o bastante - é sua edição. É imperdoável que uma editora experiente como a Nova Fronteira tenha publicado um livro com tantos erros de diagramação e revisão, que deixam alguns trechos absolutamente incompreensíveis (e, corrijam-me se eu estiver errado, mas a nova ortografia manda que o adjetivo abrupta passe a ser escrito ab-rupta??). Em resumo, foi uma tortura ler essa biografia de um nome tão interessante da sétima arte. Meu consolo é que em breve estaremos assistindo a seu novo filme, "O deus da carnificina", que promete muito, por sua assinatura e pelo elenco de ouro (Jodie Foster, Kate Winslet, John C. Reilly e Christoph Waltz). Roman Polanski não merecia mais essa provação em sua vida!!