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UMA VIDA MELHOR
Posted by Clenio
on
21:43
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CINEMA 2012
Ser um ator mexicano praticamente desconhecido, estrelar um filme pequeno de interesse quase restrito e mesmo assim ser indicado ao Oscar, deixando pra trás nomes mais quentes da indústria hollywoodiana não é pra qualquer um. Mas Demián Bichir pode se vangloriar desse raro feito. Por sua esplêndida atuação em "Uma Vida Melhor", ele concorre, aos 48 anos, à estatueta mais cobiçada do cinema, disputando-a com nomes consagrados como George Clooney, Gary Oldman e Brad Pitt. E o melhor disso tudo? Em termos de qualidade de interpretação ele não deve nada a nenhum deles.
Depois de interpretar Fidel Castro na megalomaníaca produção sobre Che Guevara dirigida por Steven Soderbergh, Bichir apresenta, em "Uma Vida Melhor", uma das atuações mais tocantes, humanas e simples da temporada, sem apelar para exageros melodramáticos ou a compaixão fácil por sua personagem (escapando do fato de que o roteiro por si mesmo já se equilibra perigosamente entre o clichê e a sinceridade). Com uma trama que lembra, em certos momentos, o clássico neorealista italiano "Ladrões de Bicicleta", de Vittorio De Sica (guardadas as devidas proporções), o filme de Chris Weitz é um retrato sensível de um grupo ainda não explorado a contento pelo cinema - os imigrantes ilegais - e suas difíceis condições de trabalho nos EUA.
Bichir vive Carlos Galindo, um imigrante mexicano ilegal que vive em Los Angeles trabalhando como jardineiro para manter, a duras penas, o filho de 14 anos, Luís (o promissor José Julían) longe do futuro violento e criminoso que o espera. Em busca de uma vida menos sacrificada, Carlos aceita a ajuda da irmã, Anita (Dolores Heredia), para comprar uma caminhonete que o fará atingir um outro patamar profissional. A compra do automóvel, porém, da realização de um sonho torna-se um problema a mais quando as coisas começam a sair muito errado.
É bom não saber muito a respeito do desenvolvimento da história de "Uma vida melhor". O mais certo é se deixar levar pelo roteiro repleto de cenas comoventes (mas nunca piegas), situações realistas e pela atuação sensacional de Bichir, cujo rosto expressivo é capaz de transmitir, sem muito esforço, uma vasta gama de sentimentos. Suas cenas com José Julían são, sem favor nenhum, dignas de figurar entre as mais emocionantes do ano, graças basicamente à excelente química entre os dois atores.
"Uma Vida Melhor" é simples, honesto e direto. A única surpresa a seu respeito vem do fato de ser dirigido pelo mesmo Chris Weitz que cometeu o tenebroso "Lua Nova". Tudo bem, Chris, depois dessa pequena pérola você está perdoado.
Depois de interpretar Fidel Castro na megalomaníaca produção sobre Che Guevara dirigida por Steven Soderbergh, Bichir apresenta, em "Uma Vida Melhor", uma das atuações mais tocantes, humanas e simples da temporada, sem apelar para exageros melodramáticos ou a compaixão fácil por sua personagem (escapando do fato de que o roteiro por si mesmo já se equilibra perigosamente entre o clichê e a sinceridade). Com uma trama que lembra, em certos momentos, o clássico neorealista italiano "Ladrões de Bicicleta", de Vittorio De Sica (guardadas as devidas proporções), o filme de Chris Weitz é um retrato sensível de um grupo ainda não explorado a contento pelo cinema - os imigrantes ilegais - e suas difíceis condições de trabalho nos EUA.
Bichir vive Carlos Galindo, um imigrante mexicano ilegal que vive em Los Angeles trabalhando como jardineiro para manter, a duras penas, o filho de 14 anos, Luís (o promissor José Julían) longe do futuro violento e criminoso que o espera. Em busca de uma vida menos sacrificada, Carlos aceita a ajuda da irmã, Anita (Dolores Heredia), para comprar uma caminhonete que o fará atingir um outro patamar profissional. A compra do automóvel, porém, da realização de um sonho torna-se um problema a mais quando as coisas começam a sair muito errado.
É bom não saber muito a respeito do desenvolvimento da história de "Uma vida melhor". O mais certo é se deixar levar pelo roteiro repleto de cenas comoventes (mas nunca piegas), situações realistas e pela atuação sensacional de Bichir, cujo rosto expressivo é capaz de transmitir, sem muito esforço, uma vasta gama de sentimentos. Suas cenas com José Julían são, sem favor nenhum, dignas de figurar entre as mais emocionantes do ano, graças basicamente à excelente química entre os dois atores.
"Uma Vida Melhor" é simples, honesto e direto. A única surpresa a seu respeito vem do fato de ser dirigido pelo mesmo Chris Weitz que cometeu o tenebroso "Lua Nova". Tudo bem, Chris, depois dessa pequena pérola você está perdoado.