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UM HOMEM DE SORTE
Posted by Clenio
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00:02
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CINEMA 2012
Não adianta. Enquanto houver adolescentes em fase de ebulição hormonal - e até adultos que mantém o coração naquele período compreendido entre os 13 e os 16 anos de idade - os livros de Nicholas Sparks vão continuar vendendo horrores e rendendo filmes como este "Um homem de sorte", onde a previsibilidade e a superficialidade caminham de mãos juntas para desespero daqueles fãs de cinema que esperam algo mais de um filme do que ver ídolos juvenis tentando provar seu talento (e raras vezes conseguindo, haja visto os fiascos de Mandy Moore em "Um amor para recordar" e Myley Cyrus em "A última música"). A bola da vez é Zac Efron, que aparece em cena musculoso e bronzeado para mostrar que não é mais o púbere astro da série "High School Music". O problema até nem é Efron, que é perceptivelmente esforçado. O que faz de "Um homem de sorte" tão ruim é sua absoluta falta de personalidade. O maior choque? Saber que a direção é do australiano Scott Hicks, que, em tempos bons de sua carreira chegou a ser indicado ao Oscar por "Shine".
Hicks dá a nítida impressão de estar comandando tudo no piloto automático, como se soubesse que é uma lita inglória salvar o roteiro sofrível, onde cada acontecimento pode ser previsto pelo espectador a quilômetros de distância. Tudo bem que a literatura (modo de expressão) de Sparks não é exatamente um primor de criatividade, seguindo sempre a mesma fórmula chorosa, mas se Nick Cassavetes conseguiu fazer de "Diário de uma paixão" um filme bem decente (contando com o sempre espetacular Ryan Gosling no papel central, ao lado de sua então namorada Rachel McAdams) nada é impossível. Se bem que a historinha dessa vez é difícil de engolir...
Quando o filme começa, o jovem soldado Logan (vivido com garra por Efron) está em uma missão no Iraque e escapa de morrer ao abaixar-se para apanhar uma foto que um colega deixou cair. Por uma dessas coisas que somente o cinema ruim consegue explicar, ele passa a acreditar que a mulher da fotografia é uma espécie de anjo e que ele precisa encontrá-la. Depois de cumprir seu tempo no exército, então, ele parte em busca da dita cuja (não sem antes sofrer de todos os traumas clichês que acompanham veteranos de guerra). Não demora muito ele acaba chegando à cidade do interior da Louisiana onde mora Beth (Taylor Schilling), dona de um hotel para animais que o contrata apesar de achá-lo um tanto estranho. Logo a desconfiança se transforma em um amor avassalador que passa a ser ameaçado por seu truculento ex-marido. E é isso. O conflito criado por Sparks em "Um homem de sorte" é de uma simplicidade franciscana... e o roteiro segue essa pobreza com uma preguiça assustadora. Quando Logan esconde a foto que caiu em suas mãos debaixo de um livro (!!), por exemplo, é claro como água que esse será o motivo da briga entre ele e Beth... e é óbvio que a primeira pessoa que se apega a Logan é o filho pequeno da heroína, que vê no rapaz a figura paterna que seu verdadeiro progenitor não é...
É tanta coisa errada em "Um homem de sorte" que chega a desanimar. Mas, para as fãs de Efron e para aquele público fiel que compra todos os livros de Nicholas Sparks sem preocupar-se com qualidade literária tudo isso é apenas detalhe. No final da projeção, a única certeza que fica é a de que homem de sorte mesmo é aquele que não foi obrigado a perder duas horas de sua vida assistindo a uma telenovela de última categoria.
Hicks dá a nítida impressão de estar comandando tudo no piloto automático, como se soubesse que é uma lita inglória salvar o roteiro sofrível, onde cada acontecimento pode ser previsto pelo espectador a quilômetros de distância. Tudo bem que a literatura (modo de expressão) de Sparks não é exatamente um primor de criatividade, seguindo sempre a mesma fórmula chorosa, mas se Nick Cassavetes conseguiu fazer de "Diário de uma paixão" um filme bem decente (contando com o sempre espetacular Ryan Gosling no papel central, ao lado de sua então namorada Rachel McAdams) nada é impossível. Se bem que a historinha dessa vez é difícil de engolir...
Quando o filme começa, o jovem soldado Logan (vivido com garra por Efron) está em uma missão no Iraque e escapa de morrer ao abaixar-se para apanhar uma foto que um colega deixou cair. Por uma dessas coisas que somente o cinema ruim consegue explicar, ele passa a acreditar que a mulher da fotografia é uma espécie de anjo e que ele precisa encontrá-la. Depois de cumprir seu tempo no exército, então, ele parte em busca da dita cuja (não sem antes sofrer de todos os traumas clichês que acompanham veteranos de guerra). Não demora muito ele acaba chegando à cidade do interior da Louisiana onde mora Beth (Taylor Schilling), dona de um hotel para animais que o contrata apesar de achá-lo um tanto estranho. Logo a desconfiança se transforma em um amor avassalador que passa a ser ameaçado por seu truculento ex-marido. E é isso. O conflito criado por Sparks em "Um homem de sorte" é de uma simplicidade franciscana... e o roteiro segue essa pobreza com uma preguiça assustadora. Quando Logan esconde a foto que caiu em suas mãos debaixo de um livro (!!), por exemplo, é claro como água que esse será o motivo da briga entre ele e Beth... e é óbvio que a primeira pessoa que se apega a Logan é o filho pequeno da heroína, que vê no rapaz a figura paterna que seu verdadeiro progenitor não é...
É tanta coisa errada em "Um homem de sorte" que chega a desanimar. Mas, para as fãs de Efron e para aquele público fiel que compra todos os livros de Nicholas Sparks sem preocupar-se com qualidade literária tudo isso é apenas detalhe. No final da projeção, a única certeza que fica é a de que homem de sorte mesmo é aquele que não foi obrigado a perder duas horas de sua vida assistindo a uma telenovela de última categoria.