0
MAMA
Posted by Clenio
on
15:53
in
CINEMA 2013
Estava demorando para que Jessica Chastain desse um passo em falso em sua carreira. Fazendo vários filmes por ano - e aparentemente nem sempre se preocupando com sua qualidade - era esperado que ela tropeçasse feio. Tudo bem que "Histórias cruzadas" era um amontoado de clichês e hipocrisia, mas ao menos tinha um pé na realidade, o que não acontece com "Mama", baseado em um curta-metragem de Andrés Muschietti, que agora expande sua ideia para 100 minutos de um filme que abusa da boa-vontade do público ao contar uma história que, em seu terço final, troca o suspense psicológico por uma trama sem pé nem cabeça realizada com efeitos visuais toscos e mal acabados.
A bem da verdade, "Mama" começa bastante bem, mostrando a tragédia que se abate sobre uma família quando o pai mata a esposa e, pensando em suicidar-se logo após, tenta matar as duas filhas pequenas, que são salvas por alguém misterioso. Cinco anos mais tarde, as meninas são descobertas em uma floresta e vão viver com o tio, Lucas (Nikolaj Coster-Waldau) e com a namorada dele, a cantora de rock Annabel (Chastain, fazendo o possível e o impossível para superar as limitações do papel), cujos instintos maternos são praticamente nulos. As crianças - praticamente selvagens, sem traquejo social e fisicamente díspares de todo o resto das pessoas que as rodeiam - não demoram, porém, a demonstrar que não saíram da floresta sozinhas. Sua mãe adotiva - uma criatura cujo visual e motivações são escondidas até o final "what the fuck?" - surge para recuperá-las, nem que tenha que utilizar-se de violência para isso.
O problema de "Mama" é justamente sua opção por deixar o terror psicológico de sua primeira metade para abraçar o trash em seu terço final. Enquanto Annabel - e o espectador - está no escuro, sem saber exatamente o que está errado com a volta das meninas, o filme caminha bem, com sustos nos lugares certos e uma atmosfera clássica que justifica a produção de Guillermo Del Toro. Quando o clima dá lugar ao visual, porém, tudo desanda. O design da criatura da floresta - a tal Mama do título - é sofrível, e os efeitos visuais que soterram o roteiro são capengas e nem de longe lembram a sofisticação das obras de Del Toro, para citar o exemplo mais próximo. Jessica Chastain tenta ao máximo dar consistência à sua personagem, que apresenta todos os lugares-comuns do estilo (é uma roqueira que aparentemente é gótica, e como tal, é tatuada, fuma e solta palavrões a rodo), mas afunda em um roteiro repleto de furos e um final ridículo.
Quem é fã de cinema trash pode até se deleitar com "Mama", mas até mesmo eles podem se decepcionar com a esquizofrenia do roteiro. Jessica Chastain - uma das melhores atrizes da atualidade - merecia coisa melhor.
A bem da verdade, "Mama" começa bastante bem, mostrando a tragédia que se abate sobre uma família quando o pai mata a esposa e, pensando em suicidar-se logo após, tenta matar as duas filhas pequenas, que são salvas por alguém misterioso. Cinco anos mais tarde, as meninas são descobertas em uma floresta e vão viver com o tio, Lucas (Nikolaj Coster-Waldau) e com a namorada dele, a cantora de rock Annabel (Chastain, fazendo o possível e o impossível para superar as limitações do papel), cujos instintos maternos são praticamente nulos. As crianças - praticamente selvagens, sem traquejo social e fisicamente díspares de todo o resto das pessoas que as rodeiam - não demoram, porém, a demonstrar que não saíram da floresta sozinhas. Sua mãe adotiva - uma criatura cujo visual e motivações são escondidas até o final "what the fuck?" - surge para recuperá-las, nem que tenha que utilizar-se de violência para isso.
O problema de "Mama" é justamente sua opção por deixar o terror psicológico de sua primeira metade para abraçar o trash em seu terço final. Enquanto Annabel - e o espectador - está no escuro, sem saber exatamente o que está errado com a volta das meninas, o filme caminha bem, com sustos nos lugares certos e uma atmosfera clássica que justifica a produção de Guillermo Del Toro. Quando o clima dá lugar ao visual, porém, tudo desanda. O design da criatura da floresta - a tal Mama do título - é sofrível, e os efeitos visuais que soterram o roteiro são capengas e nem de longe lembram a sofisticação das obras de Del Toro, para citar o exemplo mais próximo. Jessica Chastain tenta ao máximo dar consistência à sua personagem, que apresenta todos os lugares-comuns do estilo (é uma roqueira que aparentemente é gótica, e como tal, é tatuada, fuma e solta palavrões a rodo), mas afunda em um roteiro repleto de furos e um final ridículo.
Quem é fã de cinema trash pode até se deleitar com "Mama", mas até mesmo eles podem se decepcionar com a esquizofrenia do roteiro. Jessica Chastain - uma das melhores atrizes da atualidade - merecia coisa melhor.