0
SEGREDOS DE SANGUE
Posted by Clenio
on
22:39
in
CINEMA 2013
Era questão de tempo que, depois do impacto de seus filmes no Ocidente, o cineasta coreano Chan-wook Park fizesse sua estreia em Hollywood. Dono de um estilo apurado, o autor de obras impressionantes como "Oldboy" (2003) e "Lady Vingança" (2005) chegou ao cinema americano cercado de altas expectativas. A boa notícia é que em "Segredos de sangue" ele manteve sua criatividade visual intocada. A má é que essa criatividade não consegue esconder a fragilidade do roteiro, que peca principalmente em não permitir ao espectador o mínimo de empatia com sua protagonista, uma jovem de 18 anos que sofre com a morte do pai e acaba sentindo-se estranhamente atraída por um tio cuja existência ela desconhecia - e que pode não ser exatamente um exemplo de ser humano.
Vivida com apatia e a habitual falta de entusiasmo por Mia Wasikowska - uma das jovens atrizes mais superestimadas da atualidade - a jovem India tem sérios problemas sociais: não se dá bem com os colegas de escola, tem uma maneira própria de ver o mundo e não tem uma relação muito carinhosa com a mãe, Evelyn (Nicole Kidman). Quando seu pai (Dermot Mulroney) morre, em um trágico acidente de carro, ela estranha o retorno de seu tio Charlie (Matthew Goode), que ela não conhecia e que parece ter um relacionamento muito estranho com sua mãe. Conforme o tempo vai passando, porém, ela começa a desconfiar que o rapaz está envolvido na morte de algumas pessoas a seu redor, mas, ao invés de afastar-se dele, a adolescente percebe que está atraída por ele.
Não é preciso ser especialista em psicanálise para perceber que a trama de "Segredos de sangue" se presta a inúmeras leituras e tinha tudo para ser fascinante e envolvente. Porém, o roteiro do ator Wentworth Miller - um dos protagonistas da série "Prision break" - parece ter medo de ir muito longe no que se propõe, preferindo deixar pontas soltas pelo caminho, mesmo que isso deixe suas personagens superficiais e incoerentes. Por mais que Park tente imprimir um visual empolgante em seu filme - e consegue em inúmeros momentos, com uma edição caprichada e uma fotografia bem cuidada - a falta de consistência de seu roteiro acaba contagiando até mesmo seu elenco. Matthew Goode exercita seu lado canastrão sem controle e Nicole Kidman é relegada a um melancólico segundo plano, enquanto Wasikowska usa e abusa de caras e bocas tentando mostrar profundidade em uma personagem irritante e cujo final chega a ser risível.
Não foi dessa vez que Chan-wook Park encontrou o material certo para seu talento. Quem sabe com um roteiro menos metido a intelectualiades ocas ele fosse mais feliz. Do jeito que está, "Segredos de sangue" é um Supercine de luxo que mira na psicologia e acerta somente na estética.
Vivida com apatia e a habitual falta de entusiasmo por Mia Wasikowska - uma das jovens atrizes mais superestimadas da atualidade - a jovem India tem sérios problemas sociais: não se dá bem com os colegas de escola, tem uma maneira própria de ver o mundo e não tem uma relação muito carinhosa com a mãe, Evelyn (Nicole Kidman). Quando seu pai (Dermot Mulroney) morre, em um trágico acidente de carro, ela estranha o retorno de seu tio Charlie (Matthew Goode), que ela não conhecia e que parece ter um relacionamento muito estranho com sua mãe. Conforme o tempo vai passando, porém, ela começa a desconfiar que o rapaz está envolvido na morte de algumas pessoas a seu redor, mas, ao invés de afastar-se dele, a adolescente percebe que está atraída por ele.
Não é preciso ser especialista em psicanálise para perceber que a trama de "Segredos de sangue" se presta a inúmeras leituras e tinha tudo para ser fascinante e envolvente. Porém, o roteiro do ator Wentworth Miller - um dos protagonistas da série "Prision break" - parece ter medo de ir muito longe no que se propõe, preferindo deixar pontas soltas pelo caminho, mesmo que isso deixe suas personagens superficiais e incoerentes. Por mais que Park tente imprimir um visual empolgante em seu filme - e consegue em inúmeros momentos, com uma edição caprichada e uma fotografia bem cuidada - a falta de consistência de seu roteiro acaba contagiando até mesmo seu elenco. Matthew Goode exercita seu lado canastrão sem controle e Nicole Kidman é relegada a um melancólico segundo plano, enquanto Wasikowska usa e abusa de caras e bocas tentando mostrar profundidade em uma personagem irritante e cujo final chega a ser risível.
Não foi dessa vez que Chan-wook Park encontrou o material certo para seu talento. Quem sabe com um roteiro menos metido a intelectualiades ocas ele fosse mais feliz. Do jeito que está, "Segredos de sangue" é um Supercine de luxo que mira na psicologia e acerta somente na estética.