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A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS
Posted by Clenio
on
19:36
in
CINEMA 2014
É apenas uma questão de tempo. Basta que um livro chame um pouco de atenção para que os produtores de cinema corram para garantir os direitos de adaptação para a telona. Não foi diferente com "A menina que roubava livros", best-seller do escritor australiano Markus Zusak publicado no Brasil pela editora Intrínseca. Mais uma história a contar os horrores da II Guerra Mundial sob um ponto de vista infantil - assim como, entre outros menos cotados, "Esperança e glória", "Império do Sol" e o recente "O menino do pijama listrado" - o filme de Brian Percival (cineasta sem nenhum trabalho de grande visibilidade comercial até a data) conquistou uma solitária indicação ao Oscar - trilha sonora original, pelo veterano John Williams - e, se não atinge todas as notas que poderia graças à sua poderosa trama, ao menos é delicado e sensível como deveria. E deve agradar aos fãs da obra original, já que a segue com o máximo de fidelidade possível.
Narrada pela própria morte - artifício que funciona mais no livro do que em sua versão cinematográfica, por razões óbvias - a trama de "A menina que roubava livros"gira em torno da jovem Liesel (a canadense Sophie Nélisse), que, separada da família e depois de ver a morte do irmão pequeno, é adotada por um casal sem filhos de uma pequena cidade alemã. O casal - interpretado pelos sempre fascinantes Geoffrey Rush e Emily Watson - que aparentemente não tem nada de altruísta e utiliza-se da menina para complementar a renda, tem sua rotina transformada quando passa a esconder em seu porão um refugiado judeu. O risco que correm com a desobediência aos valores do III Reich não os demovem da ideia de mantê-lo, especialmente quando surge entre ele e Liesel uma poderosa amizade, fortalecida pelo amor aos livros. Com a dificuldade de acesso às obras - muitas delas proibidas pelo governo - a menina começa então a roubar os livros da biblioteca de um oficial nazista cujas roupas são lavadas por sua mãe adotiva.
Contado sem maiores arroubos de criatividade, "A menina que roubava livros" é valorizado pela produção caprichada e pelo tema, ainda que não acrescente nada de novo à vasta filmografia relativa a ele. Pode emocionar aos mais sensíveis - principalmente em seu final mais abrupto do que deveria - mas carece de um diferencial que o faça ser inesquecível.
Narrada pela própria morte - artifício que funciona mais no livro do que em sua versão cinematográfica, por razões óbvias - a trama de "A menina que roubava livros"gira em torno da jovem Liesel (a canadense Sophie Nélisse), que, separada da família e depois de ver a morte do irmão pequeno, é adotada por um casal sem filhos de uma pequena cidade alemã. O casal - interpretado pelos sempre fascinantes Geoffrey Rush e Emily Watson - que aparentemente não tem nada de altruísta e utiliza-se da menina para complementar a renda, tem sua rotina transformada quando passa a esconder em seu porão um refugiado judeu. O risco que correm com a desobediência aos valores do III Reich não os demovem da ideia de mantê-lo, especialmente quando surge entre ele e Liesel uma poderosa amizade, fortalecida pelo amor aos livros. Com a dificuldade de acesso às obras - muitas delas proibidas pelo governo - a menina começa então a roubar os livros da biblioteca de um oficial nazista cujas roupas são lavadas por sua mãe adotiva.
Contado sem maiores arroubos de criatividade, "A menina que roubava livros" é valorizado pela produção caprichada e pelo tema, ainda que não acrescente nada de novo à vasta filmografia relativa a ele. Pode emocionar aos mais sensíveis - principalmente em seu final mais abrupto do que deveria - mas carece de um diferencial que o faça ser inesquecível.