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PARA SEMPRE
Posted by Clenio
on
13:39
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CINEMA 2012
Somente o romantismo incurável de uma considerável parcela do público americano pode justificar a bilheteria de mais de 120 milhões de dólares deste "Para sempre" apenas no mercado doméstico. Baseado em um caso real ocorrido nos EUA, esta estreia de Michael Sucsy no cinema - depois do elogiado "Grey gardens", feito para a TV - é derivativa e sem imaginação, sendo prejudicada, além disso, pelo fraquíssio Channing Tatum, que, apesar de esforçado, é um ator sem maiores recursos, o que compromete o filme que já não é grande coisa.
"Para sempre" conta um história que lembra a comédia "Como se fosse a primeira vez", estrelada por Drew Barrymore e Adam Sandler nos anos 90. Porém, enquanto no divertido filme de Peter Segal o tom cômico levava a trama sem maiores sobressaltos, nessa versão melodramática a missão é bem mais difícil: um acidente de carro leva a jovem Paige (Rachel McAdams) a uma amnésia que a faz esquecer completamente os últimos quatro anos de sua vida, justamente o período em que se relacionou com o apaixonado Leo (Channing Tatum). A condição médica da moça acaba servindo perfeitamente aos planos de seus pais (Sam Neill e Jessica Lange, totalmente deslocados), que tinham-na visto afastar-se do seio familiar anos antes, depois de abandonar a faculdade de Direito para ingressar em uma Escola de Arte (e de ter rompido com eles devido a um fato mantido em segredo por todos). Sem lembrar-se de seu casamento com Leo - e nem mesmo de tê-lo conhecido - Paige recomeça sua vida se reaproximando do ex-noivo, Jeremy (Scott Speedman), mas o rapaz não tem o menor plano de deixar o amor de sua vida escapar e faz de tudo para reconquistá-la.
A sucessão de clichês que inunda "Para sempre" chega a ser irritante. Tudo bem que dramas românticos não são exatamente cenários apropriados para experimentos estilísticos ou artísticos, mas nada justifica a preguiça da direção ou do roteiro, apoiado basicamente em cenas pretensamente emocionantes que não funcionam para ninguém com um mínimo de senso crítico. Não há, por exemplo, a química notável que havia entre a mesma Rachel McAdams e Ryan Gosling em "Diário de uma paixão" - o melhor exemplo de um romance clichê que conseguiu sobressair-se à sua origem literária menor (livro de Nicholas Sparks) graças ao elenco bem escalado. McAdams, coitada, é subaproveitada ao extremo, ficando o filme todo sendo usada quase como um joguete - e nem é bom comentar "o grande segredo" que a levou a romper com os pais, de uma pobreza franciscana e inacreditável.
Quem não consegue viver sem um drama romântico vai assistir a "Para sempre" independente de qualquer crítica negativa. Mas que fique consciente de que não há nada aqui que não se tenha visto antes - e em filmes bem melhores.
"Para sempre" conta um história que lembra a comédia "Como se fosse a primeira vez", estrelada por Drew Barrymore e Adam Sandler nos anos 90. Porém, enquanto no divertido filme de Peter Segal o tom cômico levava a trama sem maiores sobressaltos, nessa versão melodramática a missão é bem mais difícil: um acidente de carro leva a jovem Paige (Rachel McAdams) a uma amnésia que a faz esquecer completamente os últimos quatro anos de sua vida, justamente o período em que se relacionou com o apaixonado Leo (Channing Tatum). A condição médica da moça acaba servindo perfeitamente aos planos de seus pais (Sam Neill e Jessica Lange, totalmente deslocados), que tinham-na visto afastar-se do seio familiar anos antes, depois de abandonar a faculdade de Direito para ingressar em uma Escola de Arte (e de ter rompido com eles devido a um fato mantido em segredo por todos). Sem lembrar-se de seu casamento com Leo - e nem mesmo de tê-lo conhecido - Paige recomeça sua vida se reaproximando do ex-noivo, Jeremy (Scott Speedman), mas o rapaz não tem o menor plano de deixar o amor de sua vida escapar e faz de tudo para reconquistá-la.
A sucessão de clichês que inunda "Para sempre" chega a ser irritante. Tudo bem que dramas românticos não são exatamente cenários apropriados para experimentos estilísticos ou artísticos, mas nada justifica a preguiça da direção ou do roteiro, apoiado basicamente em cenas pretensamente emocionantes que não funcionam para ninguém com um mínimo de senso crítico. Não há, por exemplo, a química notável que havia entre a mesma Rachel McAdams e Ryan Gosling em "Diário de uma paixão" - o melhor exemplo de um romance clichê que conseguiu sobressair-se à sua origem literária menor (livro de Nicholas Sparks) graças ao elenco bem escalado. McAdams, coitada, é subaproveitada ao extremo, ficando o filme todo sendo usada quase como um joguete - e nem é bom comentar "o grande segredo" que a levou a romper com os pais, de uma pobreza franciscana e inacreditável.
Quem não consegue viver sem um drama romântico vai assistir a "Para sempre" independente de qualquer crítica negativa. Mas que fique consciente de que não há nada aqui que não se tenha visto antes - e em filmes bem melhores.