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PROMETHEUS

Posted by Clenio on 03:04 in
Em 1979 o cineasta inglês Ridley Scott redefiniu o conceito dos filmes de ficção científica que se levavam a sério - e não eram apenas bobagem adolescente - com o aterrador "Alien, o oitavo passageiro". Estrelada por uma então desconhecida Sigourney Weaver, a produção usava elementos de suspense para contar a história de um alienígena que se infiltrava em uma nave terrestre de reconhecimento e dava início a uma carnificina. O sucesso estrondoso do filme levou às inevitáveis continuações - cada um com um diretor de estilos e talentos diferentes - e agora, 33 anos depois, o mesmo Scott volta às origens da trama. Ainda que não seja um tradicional "prequel" - qualquer espectador que nunca tenha assistido à série pode embarcar tranquilamente na viagem, sem medo de não entender o roteiro - "Prometheus" é um representante bastante digno da franquia, capaz de agradar até mesmo aos mais críticos fãs.

Mantendo a tradição a protagonista aqui é uma mulher de personalidade forte e caráter inabalável. Elizabeth Shaw (vivida pela sueca Noomi Rapace, a Lisbeth Salander da trilogia "Millennium" original) é uma cientista que, no ano de 2089, descobre, junto com seu amado Charlie Holloway (Logan Marshall-Green), imagens que, somadas a outras mais, descobertas anteriormente, dão a quase certeza de que existem formas de vida alienígenas. O casal embarca, então, em uma viagem na nave espacial Prometheus,bancada pelo milionário Peter Weyland (Guy Pearce), que, octogenário, tem suas próprias razões para o sucesso da missão proposta: encontrar os seres extraterrestres e aprender com eles uma forma de evitar a morte e a velhice. Na equipe, formada por 17 integrantes, também está a líder da expedição, a fria Meredith Vickers (Charlize Theron) e David (Michael Fassbender), um robô criado à semelhança quase perfeita dos seres humanos. Logicamente, quando a tripulação desembarca no local que os mapas acusam como a origem do que eles investigam, percebe que nem tudo é tão amigável e previsível como esperava. E mortes começam a acontecer violentamente.

Quem assistiu aos outros filmes da série sabe como funciona a estrutura do roteiro de "Prometheus": primeiro as personagens são apresentadas; em seguida começam a morrer; e por fim o vilão mostra a sua face e é enfrentado cara a cara. Quem gosta dessa tradição pode ficar sossegado: Scott capricha no suspense, nos efeitos visuais e na maquiagem, cuidando sempre para que nada seja exagerado ou clichê. Seu bom gosto na direção faz toda a diferença desde a primeira sequência até o duelo final entre Shaw e seus algozes (sim, eles são mais de um, mesmo que não sejam exatamente aliados). E o elenco escolhido - assim como aconteceu no primeiro filme - não poderia ser melhor. Rapace tira de letra o desafio de protagonizar um dos mais esperados lançamentos do ano e encontra no expressivo Michael Fassbeender o contraponto ideal: mecânico e frio, seu David é, sem dúvida, uma das personagens mais interessantes da trama, eclipsando até mesmo a bela Charlize Theron, também muito competente ao mostrar seu lado mau. Ao lado de uma produção caprichada e um roteiro equilibrado entre as cenas de ação e os momentos mais reflexivos, eles dão o aval ao filme que poderia ser a maior decepção do ano mas que vem agradando a maioria dos fãs. Pode não ser um "Alien, o oitavo passageiro", mas não destrói seu legado - e ainda pode apresentar as produções mais antigas a uma nova geração. Nada mal!

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