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PARA ROMA, COM AMOR
Posted by Clenio
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00:12
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CINEMA 2012
A expectativa era das maiores, afinal de contas "Meia-noite em Paris" atingiu um patamar invejável de aceitação popular e crítica difícil de superar. Mas "Para Roma com amor", novo filme de Woody Allen não teve a mesma sorte de seu antecessor. Sem o charme da capital francesa - aqui substituída pela igualmente fotogênica mas não tão romântica capital italiana - e o tom saudosista do último vencedor do Oscar de roteiro original, seu novo trabalho é uma coleção de pequenas histórias que emulam o clima sensual e burlesco do famoso "Decameron" e, como sempre acontece com filmes episódicos, nem tudo funciona às mil maravilhas.
As coisas funcionam, por exemplo, na história protagonizada pelo próprio Allen - voltando a atuar depois de "Scoop, o grande furo", de 2006: ele vive Jerry, um empresário musical aposentado que tenta convencer o futuro sogro da filha a começar uma carreira como cantor de ópera, mesmo que isso vá de encontro aos ideais de esquerda de toda a família, dona de uma funerária. Allen está visivelmente à vontade no papel, contracenando com sua parceira constante Judy Davis e recitando diálogos impagáveis. O mesmo não pode ser dito, porém, do segmento estrelado pelo chato de galocha Roberto Benigni. Interpretando pela milionésima vez o papel de palhaço sem graça, ele está na pele de um homem comum que, da noite para o dia, torna-se famoso mesmo sem fazer nada de relevante para a sociedade. A crítica nada sutil às celebridades ocas é interessante, mas o diretor do infame "A vida é bela" continua sendo insuportável.
Quem tem mais sorte é a cada vez mais linda Penelope Cruz: sua personagem - que foi oferecida a Angelina Jolie e Noomi Rapace - é a prostituta de luxo Anna, que, por engano, acaba indo parar à porta do quarto de hotel de um desajeitado caipira que aguarda que a esposa - aparentemente tímida - volte de uma visita ao salão de beleza. Enquanto finge para a família que a bela moça de vida fácil é sua mulher, a mesma acaba flertando com um astro de cinema e vai parar em um outro quarto de hotel, onde as coisas mudam radicalmente de rumo. Cruz está sexy e divertida e o final da história não deixa de ser bastante irônico. E por fim, Allen narra a história de amor/tesão/aventura entre um jovem arquiteto (Jesse Eisenberg) e uma atriz em crise (Ellen Page), comentada por um cínico (e ótimo) Alec Baldwin.
Contadas de forma intercalada, as histórias de Allen são sempre bastante criativas, em especial quando buscam o tom surreal da trama do cantor de ópera que só faz sucesso quando está no banho. Porém, a duração excessiva pode aborrecer aos mais inquietos e a irregularidade do elenco certamente prejudica o conjunto final. Mesmo assim, como todo e qualquer trabalho do cineasta, merece ser conferido, ao menos pela belas paisagens italianas e por alguns momentos cômicos de grande inspiração.
As coisas funcionam, por exemplo, na história protagonizada pelo próprio Allen - voltando a atuar depois de "Scoop, o grande furo", de 2006: ele vive Jerry, um empresário musical aposentado que tenta convencer o futuro sogro da filha a começar uma carreira como cantor de ópera, mesmo que isso vá de encontro aos ideais de esquerda de toda a família, dona de uma funerária. Allen está visivelmente à vontade no papel, contracenando com sua parceira constante Judy Davis e recitando diálogos impagáveis. O mesmo não pode ser dito, porém, do segmento estrelado pelo chato de galocha Roberto Benigni. Interpretando pela milionésima vez o papel de palhaço sem graça, ele está na pele de um homem comum que, da noite para o dia, torna-se famoso mesmo sem fazer nada de relevante para a sociedade. A crítica nada sutil às celebridades ocas é interessante, mas o diretor do infame "A vida é bela" continua sendo insuportável.
Quem tem mais sorte é a cada vez mais linda Penelope Cruz: sua personagem - que foi oferecida a Angelina Jolie e Noomi Rapace - é a prostituta de luxo Anna, que, por engano, acaba indo parar à porta do quarto de hotel de um desajeitado caipira que aguarda que a esposa - aparentemente tímida - volte de uma visita ao salão de beleza. Enquanto finge para a família que a bela moça de vida fácil é sua mulher, a mesma acaba flertando com um astro de cinema e vai parar em um outro quarto de hotel, onde as coisas mudam radicalmente de rumo. Cruz está sexy e divertida e o final da história não deixa de ser bastante irônico. E por fim, Allen narra a história de amor/tesão/aventura entre um jovem arquiteto (Jesse Eisenberg) e uma atriz em crise (Ellen Page), comentada por um cínico (e ótimo) Alec Baldwin.
Contadas de forma intercalada, as histórias de Allen são sempre bastante criativas, em especial quando buscam o tom surreal da trama do cantor de ópera que só faz sucesso quando está no banho. Porém, a duração excessiva pode aborrecer aos mais inquietos e a irregularidade do elenco certamente prejudica o conjunto final. Mesmo assim, como todo e qualquer trabalho do cineasta, merece ser conferido, ao menos pela belas paisagens italianas e por alguns momentos cômicos de grande inspiração.