0
HOMEM DE AÇO
Posted by Clenio
on
21:01
in
CINEMA 2013
Em 2006, quando Bryan Singer lançou "Superman, o retorno" não faltou quem reclamasse de cada escolha do cineasta (responsável pelo sucesso enorme dos dois primeiros capítulos de "X-Men"). Reclamações procedentes - como a escolha da insossa Kate Bosworth como Lois Lane - e improcedentes - como a opção por não fazer um reboot, como era moeda corrente entre as adaptações de quadrinhos para o cinema - acabaram se tornando verdades absolutas quando a bilheteria do filme não atingiu as expectativas da Warner. A ideia de uma franquia imediatamente foi arquivada e dedos foram apontados para Singer, para os roteiristas e até para Brandon Routh - que viu sua carreira definhar depois de interpretar um dos ícones mais absolutos da arte pop do século XX. É difícil de acreditar, portanto, que muitos dos detratores da obra de Singer tenham ficado satisfeitos com "O Homem de Aço", que Zack Snyder - do criativo "300" e do interessante porém cansativo "Watchmen, o filme" - assina, tentando mais uma vez dar início a uma série com a personagem. Misturando um visual "Matrix reloaded" com destruições exageradas ao pior estilo "Transformers", a nova aventura do Superman tem muito mais erros do que acertos - e dessa vez não tem Brandon Routh para carregar nas costas seus pecados.
Ignorando completamente a obra de Singer, o roteiro de "Homem de aço" - cuja estória é assinada por Christopher Nolan, que não demonstra aqui a mesma segurança e seriedade que imprimiu à trilogia do Homem-morcego - utiliza elementos do segundo filme estrelado por Christopher Reeve em 1980 para tentar reconquistar o público perdido. O roteiro não ignora as origens do heroi, mostrando seu nascimento em um planeta Krypton à beira da hecatombe - e com um visual exagerado - e o início da revolta de Zod (Michael Shannon tentando dar dignidade a um vilão mal-escrito). Depois do prólogo longuíssimo - que é mais tarde narrado em sua totalidade por Jor-El (Russell Crowe) a seu filho, em uma prova da prolixidade da trama - o filme dá um salto e mostra como o bebê salvo por seu pai e adotado por um casal de fazendeiros interpretados por Kevin Costner e Diane Lane aprendeu a lidar com seus super-poderes. Sua vida - tão normal quanto possível sendo ele tão diferente de todas as pessoas que o rodeiam - sofre uma reviravolta quando o próprio Zod chega à Terra, disposto a aniquilar o planeta.
A trama de "Homem de aço" não foge aos lugares-comuns dos filmes de super-herois a que o público vem se acostumando há alguns anos e não é seu principal defeito. Apesar de estar longe da qualidade do roteiro das trilogias de Batman e X-Men (que se preocupava com as personagens tanto quanto com as cenas de ação), o filme de Snyder esbarra principalmente em seu desespero em cumular a plateia com sequências de destruição e uma violência que não choca nem empolga. Sua excessiva e desnecessária duração também atrapalha sua ambição a tornar-se lembrado com mais respeito do que seu antecessor: duas horas e meia sem uma história pra contar é demais até para o mais fiel fã, que chega a seu terço final testemunhando apenas cenas cansativas que remetem aos piores momentos de "Transformers" - e que anulam as boas ideias que surgiram no decorrer do caminho, como intercalar à ação presente alguns flashbacks que mostram a trajetória de Clark Kent rumo às pazes com sua origem.
É uma pena que um cineasta tão criativo quanto Zack Snyder tenha perdido a oportunidade de fazer de "Homem de aço" um filmaço, capaz de rivalizar com o que Christopher Nolan fez em sua trilogia com Christian Bale. Seu filme é chato, derivativo e cansativo. Dessa vez o exagero só atrapalhou.
Ignorando completamente a obra de Singer, o roteiro de "Homem de aço" - cuja estória é assinada por Christopher Nolan, que não demonstra aqui a mesma segurança e seriedade que imprimiu à trilogia do Homem-morcego - utiliza elementos do segundo filme estrelado por Christopher Reeve em 1980 para tentar reconquistar o público perdido. O roteiro não ignora as origens do heroi, mostrando seu nascimento em um planeta Krypton à beira da hecatombe - e com um visual exagerado - e o início da revolta de Zod (Michael Shannon tentando dar dignidade a um vilão mal-escrito). Depois do prólogo longuíssimo - que é mais tarde narrado em sua totalidade por Jor-El (Russell Crowe) a seu filho, em uma prova da prolixidade da trama - o filme dá um salto e mostra como o bebê salvo por seu pai e adotado por um casal de fazendeiros interpretados por Kevin Costner e Diane Lane aprendeu a lidar com seus super-poderes. Sua vida - tão normal quanto possível sendo ele tão diferente de todas as pessoas que o rodeiam - sofre uma reviravolta quando o próprio Zod chega à Terra, disposto a aniquilar o planeta.
A trama de "Homem de aço" não foge aos lugares-comuns dos filmes de super-herois a que o público vem se acostumando há alguns anos e não é seu principal defeito. Apesar de estar longe da qualidade do roteiro das trilogias de Batman e X-Men (que se preocupava com as personagens tanto quanto com as cenas de ação), o filme de Snyder esbarra principalmente em seu desespero em cumular a plateia com sequências de destruição e uma violência que não choca nem empolga. Sua excessiva e desnecessária duração também atrapalha sua ambição a tornar-se lembrado com mais respeito do que seu antecessor: duas horas e meia sem uma história pra contar é demais até para o mais fiel fã, que chega a seu terço final testemunhando apenas cenas cansativas que remetem aos piores momentos de "Transformers" - e que anulam as boas ideias que surgiram no decorrer do caminho, como intercalar à ação presente alguns flashbacks que mostram a trajetória de Clark Kent rumo às pazes com sua origem.
É uma pena que um cineasta tão criativo quanto Zack Snyder tenha perdido a oportunidade de fazer de "Homem de aço" um filmaço, capaz de rivalizar com o que Christopher Nolan fez em sua trilogia com Christian Bale. Seu filme é chato, derivativo e cansativo. Dessa vez o exagero só atrapalhou.