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OSCAR 2017 - MELHOR ATOR

Posted by Clenio on 20:33 in
O ator, diretor e roteirista Ben Affleck bem pode ser mais conhecido que seu irmão caçula, Casey, mas se depender das probabilidades, o mais jovem da família poderá sair da cerimônia do próximo dia 26 de fevereiro com algo com que Ben - duramente criticado por suas limitações dramáticas - jamais poderia sonhar: um Oscar de melhor ator. Ok, ele já tem duas estatuetas em casa (roteiro original, por "Gênio indomável" e melhor filme, por "Argo"), mas se uma zebra não atravessar o tapete vermelho, será Casey o único do clã a ostentar a honra de estar ao lado de grandes nomes do cinema mundial (e outros nem tanto, vide Roberto Benigni e seu sofrível "A vida é bela"). Mas será que ele é tão favorito assim? Ou uma surpresa pode acontecer?

CASEY AFFLECK - Na pele de um zelador com um passado dramático que se vê obrigado a lidar com a possibilidade de cuidar do sobrinho adolescente depois da morte do irmão, Casey Affleck tornou-se o favorito ao Oscar deste ano. Seu trabalho minimalista (talvez em excesso) foi homenageado pelo National Board of Review, pelos críticos de Nova York, pela National Society of Film Critics e pelos eleitores do Golden Globe e do BAFTA (o Oscar britânico). Apenas seus colegas atores discordaram, dando o prêmio do Sindicato a Denzel Washington. A grande questão do momento é se as acusações de assédio sexual contra Casey - que já foi indicado anteriormente, como coadjuvante de "O assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford" (2007) - irão pesar o bastante para lhe tirar o ouro do Oscar por "Manchester à beira-mar". É pouco provável, mas o fator surpresa sempre ronda a cerimônia de premiação.

ANDREW GARFIELD - Este ano o ator inglês - conhecido por seu trabalho em "A rede social" e pelos dois filmes do Homem-aranha que estrelou ao lado da ex-namorada Emma Stone - esteve presente em dois filmes de visibilidade considerável. Mas se "Silêncio", de Martin Scorsese, passou pelas telas e pelos tapetes vermelhos sem fazer barulho algum, "Até o último homem", de Mel Gibson, agradou em cheio público, crítica e a Academia, que resolveu lhe dar sua primeira - e merecida - indicação ao Oscar. Na pele de um soldado (real) que participou da II Guerra Mundial sem ter disparado um único tiro e que salvou a vida de seu pelotão, Garfield demonstra uma maturidade e um talento que ainda pode render várias outras lembranças da Academia, em um futuro bem próximo.

RYAN GOSLING - Em 2007 o canadense Ryan Gosling foi indicado por "Half Nelson: encurralados", um filme que ninguém viu e que nem de longe é lembrado como um de seus melhores trabalhos. Este ano a coisa é diferente: na pele de um jovem pianista que sonha em ter sua própria casa de jazz, em "La La Land: cantando estações", ele marca um gol de placa, explorando seu talento para a atuação (dramática e cômica), o canto e a dança. Vencedor do Golden Globe, ele tem chances reduzidas de levar a estatueta, mas pode beneficiar-se do efeito arrastão que o filme promete deflagrar. Não seria uma premiação injusta, uma vez que Gosling tem na carreira atuações brilhantes que foram esnobadas pela Academia ("Namorados para sempre", "Drive", "Tudo pelo poder"). E se Emma Stone é uma das favoritas, por que ele também não pode ser?

VIGGO MORTENSEN - Uma pena que o excelente "Capitão Fantástico" tenha sido lembrado somente na categoria de melhor ator. A bela história do pai de família que cria seus filhos em um ambiente alternativo, longe da chamada civilização, é inteligente, bem-humorada, sensível e questionadora, mas foi praticamente ignorada pela Academia. Menos mal que seu protagonista, Viggo Mortensen, marcou presença na lista dos indicados, ainda que com chances quase nulas. É sua segunda indicação - a primeira aconteceu em 2008, por "Senhores do crime" - e um dos melhores trabalhos de atuação do ano. Se bobear, é infinitamente superior à atuação de Casey Affleck, o favorito.

DENZEL WASHINGTON - Sempre um candidato forte, Denzel Washington chega à sua sétima indicação com "Um limite entre nós", densa adaptação da peça teatral de August Wilson que também é dirigida por ele. Explorando ao máximo um papel que lhe dá todas as oportunidades para demonstrar seu imenso talento, Washington arrebatou o prêmio do Sindicato de Atores e chega à cerimônia do dia 26 com moral suficiente para abalar as certezas de Casey Affleck. Se ganhar, será o ator negro mais premiado da história da Academia, já que tem duas estatuetas em casa - ator coadjuvante por "Tempo de glória" (89) e ator por "Dia de treinamento" (2000). Alguém conhece outro que mereça mais tamanho prestígio?

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