AMOR À DISTÂNCIA
A trama de "Amor à distância" é simples como convém: aos 31 anos, a jornalista Erin (vivida por Barrymore com a simpatia habitual) ainda busca a realização profissional, sempre adiada por sua tendência em dar mais importância a seus relacionamentos do que à carreira. Justamente quando está acabando um estágio em Nova York para voltar a San Francisco, ela conhece e se apaixona por Garret (Justin Long), que trabalha em uma gravadora, paparicando bandas adolescentes enquanto não dá seu pulo do gato vocacional. Quando ela volta para casa, eles resolvem manter o namoro à distância, mesmo conscientes das dificuldades do pacto de fidelidade a que se propõem. Aos poucos, no entanto, eles percebem que a coisa não será assim tão fácil e cor-de-rosa como eles pretendiam.
O humor de "Amor à distância" surge, como é de se esperar, a partir de seus coadjuvantes. Tanto os amigos de Garret (responsáveis pelas piadas mais, digamos assim, "sujas") quanto a família de Erin (em especial a sempre ótima Christina Applegate) são o tempero da história de amor contada pelo filme- ligeiramente inspirado na experiência real de um amigo do roteirista. E talvez seja por ser inspirado em acontecimentos reais (ainda que provavelmente muito disfarçados e exagerados) que "Amor" ganha pontos junto à plateia. Aqueles que nunca experimentaram o tipo de relação mostrado na tela se divertirão com as idas e vindas do casal central e com seus amigos - além de curtirem a bela escolha musical, que apresenta The Cure, Pretenders, etc. Mas são aqueles que já passaram por isso (ou estão passando) que certamente irão vivenciar o filme com mais conhecimento de causa.
Tudo é mostrado diante dos olhos da plateia: as pesquisas incansáveis por passagens mais baratas, os telefonemas saudosos, as conversas diante da tela do computador, os temores (infundados ou não) de infidelidade, as dúvidas em relação ao prosseguimento do namoro, a falta de sexo... Drew Barrymore e Justin Long (namorados na vida real) tem uma química interessante e a relação entre suas personagens é bastante crível.
Dependendo do estado de espírito de cada espectador, "Amor à distância" pode fazer rir ou chorar. Em caso de esquizofrênicos como este que vos escreve, pode fazer as duas coisas ao mesmo tempo.
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