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"ANOS DOURADOS" E A NOSTALGIA DA BOA TV
Posted by Clenio
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11:37
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TV
Uma única cena. Bastou uma única cena da minissérie "Anos dourados" - atualmente sendo reprisada de segunda à sexta, às 23h no Canal Viva - para que ela me reconquistasse. Criada por Gilberto Braga em 1986, a história de amor entre a normalista Lourdinha (Malu Mader) e o aspirante a cadete do exército Marcos (Felipe Camargo) durante a segunda metade da década de 50 é, provavelmente, o mais delicado, sensível e apaixonante texto já escrito para a televisão brasileira. Dirigido com um cuidado raro por Roberto Talma, o programa exibido ainda em 1988 e 1992 - além de ter sido lançado em DVD com vários cortes - é a prova cabal de que não é preciso super exposição do corpo, palavrões e violência para fazer televisão de qualidade. Bom texto, bons atores, uma história interessante e uma direção inspirada: a receita não tem erro.
Não sou saudosista cultural, ao menos não daquele tipo que fica se lamentando sobre como a TV, o cinema e a música de hoje são sofríveis em comparação com tudo que foi feito no passado. Sei que hoje em dia as coisas estão feias, mas ainda dá pra ter esperança (ao menos em termos musicais e cinematográficos alguns heróis ainda sobrevivem...). No entanto, não há como evitar uma nostalgia quando se percebe que, há 25 anos, ainda havia a preocupação em ter-se qualidade e não apenas audiência (e o fato de que uma coisa não necessariamente exclui a outra é assunto para muitas discussões). E, sinceramente, dá para resistir a uma Malu Mader adolescente, em vias de se tornar uma das atrizes mais queridas do país? Não é à toa que passei os meus "anos dourados" sonhando acordado com a Malu.....
"Anos dourados" é fascinante. A trilha sonora espetacular, o figurino caprichado, os cenários bem cuidados, o elenco... Estão lá os saudosos Yara Amaral, José Lewgoy, Cláudio Corrêa e Castro e Milton Moraes. Malu, Felipe Camargo e Isabela Garcia estão sensacionais. A sutil crítica aos preconceitos sociais e sexuais é mixada com uma carpintaria dramatúrgica envolvente e o romance central é de encher os olhos e o coração. Uma única cena e deu para entender porque o Brasil de bom gosto nunca vai esquecer Marcos e Lourdinha...
PS - E aplausos ao Canal Viva, que tem proporcionado aos saudosistas belas viagens no tempo. "Vale tudo", "Chico & Caetano", "Armação ilimitada", "TV Pirata".... Bons tempos....
Não sou saudosista cultural, ao menos não daquele tipo que fica se lamentando sobre como a TV, o cinema e a música de hoje são sofríveis em comparação com tudo que foi feito no passado. Sei que hoje em dia as coisas estão feias, mas ainda dá pra ter esperança (ao menos em termos musicais e cinematográficos alguns heróis ainda sobrevivem...). No entanto, não há como evitar uma nostalgia quando se percebe que, há 25 anos, ainda havia a preocupação em ter-se qualidade e não apenas audiência (e o fato de que uma coisa não necessariamente exclui a outra é assunto para muitas discussões). E, sinceramente, dá para resistir a uma Malu Mader adolescente, em vias de se tornar uma das atrizes mais queridas do país? Não é à toa que passei os meus "anos dourados" sonhando acordado com a Malu.....
"Anos dourados" é fascinante. A trilha sonora espetacular, o figurino caprichado, os cenários bem cuidados, o elenco... Estão lá os saudosos Yara Amaral, José Lewgoy, Cláudio Corrêa e Castro e Milton Moraes. Malu, Felipe Camargo e Isabela Garcia estão sensacionais. A sutil crítica aos preconceitos sociais e sexuais é mixada com uma carpintaria dramatúrgica envolvente e o romance central é de encher os olhos e o coração. Uma única cena e deu para entender porque o Brasil de bom gosto nunca vai esquecer Marcos e Lourdinha...
PS - E aplausos ao Canal Viva, que tem proporcionado aos saudosistas belas viagens no tempo. "Vale tudo", "Chico & Caetano", "Armação ilimitada", "TV Pirata".... Bons tempos....