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TODA FORMA DE AMOR
Posted by Clenio
on
14:55
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EM DVD 2011
O nome Mike Mills talvez não diga nada mesmo a quem é fã inveterado de cinema. Seu primeiro longa, "Impulsividade" foi lançado em 2005 e fez um relativo sucesso em festivais de cinema, mas nunca atingiu o grande público. Porém, a julgar pelos elogios (e pelas probabilidades de premiação de seu elenco), o segundo filme de Mills tem tudo para conquistar uma audiência no mínimo razoável. Seu "Toda forma de amor" acaba de ser premiado com o Gotham Awards de melhor filme do ano (empatado com o extremamente comentado "A árvore da vida", do cultuado Terrence Malick). Tudo bem, quase ninguém conhece esse tal prêmio (concedido a produções independentes desde 1991), mas sua escolha ao lado de um filme tão celebrado ao menos dá a ele uma chance maior de ser descoberto como merece.
Escrito por Mills baseado parcialmente na sua relação com o pai, "Toda forma de amor" é um pequeno drama doméstico, narrado de maneira delicada e de ritmo próprio. O protagonista é Oliver Fields (o ótimo e outrora onipresente Ewan McGregor), um designer que precisa lidar com a recente perda do pai, Hal (Christopher Plummer em um dos melhores desempenhos de sua carreira), um homem que, já octogenário e viúvo, revelou a ele ser gay e envolveu-se com um homem mais jovem (o croata Goran Visnjic, que destoa do filme com uma interpretação um tanto exagerada). Enquanto relembra seus últimos anos ao lado do pai - que recomeçou a vida de maneira exemplar - Oliver inicia um romance hesitante com a bela atriz Anna (Mélanie Laurent), mesmo tendo consciência de sua dificuldade em manter relações a longo prazo.
Mills não se priva de utilizar elementos criativos para contar sua história. Além de fugir de uma ordem cronológica tradicional - misturando as lembranças de Oliver com sua trajetória amorosa -, o roteirista/cineasta também brinca com a linguagem publicitária, inserindo informações a respeito das personagens e de suas vidas (e da sociedade americana de modo geral) de forma original e ágil, sem perder o foco da narração. Usando e abusando de elipses e confiando na inteligência do público, ele escapa divinamente do piegas e do lacrimoso mesmo nos mais comoventes momentos e emociona pelos diálogos bem escritos e pela direção segura. Ewan McGregor entrega uma de suas atuações mais interessantes, deixando de lado as bobagens comerciais que lhe tiraram a credibilidade ("Star Wars" foi um passo em falso em sua carreira) em uma interpretação silenciosa, melancólica e terna. Sua química, tanto com Plummer (provável candidato ao Oscar de coadjuvante segundo boa parte da crítica) quanto com Mélanie Laurent (a Shosanna de "Bastardos inglórios") é perfeita, revelando um ator sensível que ainda não foi devidamente valorizado.
"Toda forma de amor" é um belo exemplo de filme que, apesar de ter saído direto em DVD por aqui, merece uma bela conferida. Muito mais interessante que qualquer "Transformers".
Escrito por Mills baseado parcialmente na sua relação com o pai, "Toda forma de amor" é um pequeno drama doméstico, narrado de maneira delicada e de ritmo próprio. O protagonista é Oliver Fields (o ótimo e outrora onipresente Ewan McGregor), um designer que precisa lidar com a recente perda do pai, Hal (Christopher Plummer em um dos melhores desempenhos de sua carreira), um homem que, já octogenário e viúvo, revelou a ele ser gay e envolveu-se com um homem mais jovem (o croata Goran Visnjic, que destoa do filme com uma interpretação um tanto exagerada). Enquanto relembra seus últimos anos ao lado do pai - que recomeçou a vida de maneira exemplar - Oliver inicia um romance hesitante com a bela atriz Anna (Mélanie Laurent), mesmo tendo consciência de sua dificuldade em manter relações a longo prazo.
Mills não se priva de utilizar elementos criativos para contar sua história. Além de fugir de uma ordem cronológica tradicional - misturando as lembranças de Oliver com sua trajetória amorosa -, o roteirista/cineasta também brinca com a linguagem publicitária, inserindo informações a respeito das personagens e de suas vidas (e da sociedade americana de modo geral) de forma original e ágil, sem perder o foco da narração. Usando e abusando de elipses e confiando na inteligência do público, ele escapa divinamente do piegas e do lacrimoso mesmo nos mais comoventes momentos e emociona pelos diálogos bem escritos e pela direção segura. Ewan McGregor entrega uma de suas atuações mais interessantes, deixando de lado as bobagens comerciais que lhe tiraram a credibilidade ("Star Wars" foi um passo em falso em sua carreira) em uma interpretação silenciosa, melancólica e terna. Sua química, tanto com Plummer (provável candidato ao Oscar de coadjuvante segundo boa parte da crítica) quanto com Mélanie Laurent (a Shosanna de "Bastardos inglórios") é perfeita, revelando um ator sensível que ainda não foi devidamente valorizado.
"Toda forma de amor" é um belo exemplo de filme que, apesar de ter saído direto em DVD por aqui, merece uma bela conferida. Muito mais interessante que qualquer "Transformers".