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O AMOR ACONTECE
Posted by Clenio
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21:58
in
CINEMA
Eu acho Aaron Eckhardt um cara legal. Seus trabalhos em "Na companhia de homens", de Neil LaBute e em "Obrigado por fumar", de Jason Reitman me convenceram que ele, além de boa-pinta é capaz de entregar performances bastante interessantes. Eu adoro Jennifer Aniston, mesmo porque ela me divertiu por dez anos como Rachel Greene em "Friends" - e ainda me diverte, pra ser honesto, porque volta e meia estou assistindo os episódios da saudosa série. E filmes românticos não me assustam, muito pelo contrário, sou fã do estilo, desde que ele me apresente bons produtos. Dito tudo isso, que fique claro que minha decepção com "O amor acontece", novo filme do casal de atores não tem nada a ver com eles ou com o gênero que defende. Simplesmente achei a estreia do diretor Brandon Camp sem graça e sem fôlego para manter-se na memória de sua audiência por mais que um par de horas.
Eckhardt faz o que pode na pele de Burke Ryan, uma espécie de guru de auto-ajuda depois que escreveu um livro que ensina as pessoas a lidar com suas perdas. Ele mesmo sabe do que fala, já que perdeu a esposa em um acidente de carro e nunca mais conseguiu ter uma relação decente com os sogros e com a vida. Durante um workshop em Seattle, ele conhece a bela Eloise Chandler (Aniston), que vive um relacionamento difícil com um músico nada chegado a fidelidade (Joe Anderson, de "Across the universe"). Através dela, o viúvo fechado em si mesmo irá redescobrir o amor e buscar uma convivência pacífica com o pai de sua falecida mulher (vivido por Martin Sheen).
O problema maior de "O amor acontece" é seu excesso de clichês. Quando bem dosados e utilizados com inteligência, os lugares-comuns podem ser grandes aliados em comédias românticas. Aqui surgem com uma frequência constrangedora, o que enfraquece consideravelmente sua história, por si só bastante frágil. Também incomoda o fato de alguns detalhes do roteiro nunca serem explicados à audiência. Nunca fica-se sabendo, por exemplo, as razões que levam o protagonista a ter medo de elevadores ou porque a personagem de Aniston tem mania de escrever palavras difíceis atrás de quadros. São erros assim que minam a boa-vontade do público e relegam o filme a ser apenas mais um entre tantos que chegam às salas de cinema a cada fim-de-semana. E nem mesmo a boa química do casal central consegue apagar a sensação de incredulidade quanto a seu romance.
A dupla Eckhardt/Aniston é capaz de mais. E merece mais. Bem como seus fãs.