4 FILMES EM DVD
72 HORAS - Russell Crowe é um bom ator e é ele quem carrega o filme de Paul Haggis (de "Crash") nas costas. Inspirado em um filme francês, o roteiro de Haggis é propositalmente elíptico, deixando a plateia em uma eterna dúvida sobre os reais acontecimentos que fizeram com que John Brennan (vivido por Crowe) passasse a dedicar seus dias a elaborar um plano para tirar sua esposa (a apenas correta Elizabeth Banks) da cadeia. Acusada de homicídio e condenada a vinte anos de prisão, ela nem tem ideia de todo o plano complicado do marido para salvá-la. O problema maior do filme é que ele demora demais em chegar ao que realmente interessa: a transformação do plano em ação ocorre apenas nos vinte minutos finais, quando o espectador já está cansado de esperar um pouco de movimento... É interessante, mas é outro produto fadado às sessões noturnas da televisão aberta.
ONDE O AMOR ESTÁ - Gwyneth Paltrow solta a voz novamente. Dessa vez ela interpreta Kelly Canter, uma cantora de música country adorada pelo público e que tenta um retorno triunfal depois de ter passado meses em uma clínica de reabilitação, onde foi parar após um escândalo no Texas (e um consequente aborto). Alcóolatra, ela tem o apoio do marido e empresário James (Tim McGraw) e do jovem aspirante a cantor Beau Hutton (Garret Hedlund), com quem tem um envolvimento amoroso. O que ela não sabe é que Beau, ainda que goste muito dela, também tem um caso com a jovem cantora Chiles Stanton (Leighton Meester), que idolatra Kelly. O quarteto amoroso é tratado de forma um tanto superficial pela diretora Shana Feste (de "Em busca de uma nova chance"), mas Paltrow faz o que pode com sua personagem deprê e insegura. Os números musicais são agradáveis até mesmo para quem não curte o gênero - uma das canções foi indicada ao Oscar - e o filme transcorre sem ofender ninguém. Não é ruim, mas tampouco é ótimo.
CONTATOS DE 4º GRAU - Os produtores tiveram a má-fé de lançar este filme do desconhecido Olatunde Osunsanmi como se tivesse sido inspirado em fatos reais, chegando a ponto de abrí-lo com uma declaração da atriz Milla Jovovich reiterando a hipótese. Depois de saber que é tudo papo-furado fica menos impressionante assistir à história da psicóloga Abbigail Tyler (interpratada por Jovovich), cujos pacientes passam a sofrer com eventos inexplicáveis após ter sido abduzidos por suspostos alienígenas. A ideia é boa: mixar cenas fictícias com ditas "cenas reais", mas quando se sabe que é tudo lorota, os sustos são menores. Mesmo assim, tem tudo para agradar aos fãs do gênero e até mesmo conquistar aqueles que não se interessam pelo assunto. Palmas para a criatividade do povo!