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WHIPLASH, EM BUSCA DA PERFEIÇÃO
Posted by Clenio
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01:00
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CINEMA 2015
É difícil não lembrar da velha frase de Thomas Edison que diz que "talento é 1% inspiração e 99% transpiração" quando se assiste a "Whiplash, em busca da perfeição", o extraordinário filme que colocou o pirralho (faz 30 anos de idade hoje mesmo, dia 19 de janeiro) Damien Chazelle no mapa de Hollywood ao conquistar cinco indicações ao Oscar, inclusive melhor filme e roteiro adaptado: ao comer o pão que seu professor de música amassou para provar seu talento como baterista, o protagonista vivido por Miles Teller - uma promessa que vem enfileirando um filme atrás do outro nos últimos dois anos - mostra a realidade de uma parcela imensa de jovens (ou nem tão jovens assim) talentosos que buscam seu lugar ao sol na música sem ter o devido reconhecimento. Não é à toa que o filme vem sendo aplaudido vigorosamente por seu público-alvo, que vê nele uma espécie de merecida e carinhosa homenagem a todos aqueles que tem pela música (ou pela arte em geral, vá lá) uma paixão que transcende qualquer vaidade.
Essa paixão/obsessão/tesão pela música é o mote de "Whiplash", e o que move seu protagonista, o jovem Andrew Nieman (interpretado com garra por Teller, antes visto em "Divergente") a enfrentar todas as dificuldades que aparecem à sua frente para se tornar o grande baterista de jazz que almeja ser. A maior delas surge na figura de Terence Fletcher (J. K. Simmons), um professor tão respeitado quanto rígido que é o líder da banda do conservatório de música onde o rapaz estuda. Escolhido pelo temido mestre, Andrew passa a sofrer com seus métodos de intimidação e humilhação, mas seu amor pelo que faz o mantém disposto até mesmo a abrir mão de sua vida pessoal.
A história engendrada por Chazelle - que, sem financiamento dirigiu um curta que serviu de inspiração para seu elogiado filme - não é exatamente original, uma vez que não hesita em utilizar-se dos mais variados clichês para atingir a plateia, mas o faz com tanta pureza e tanto amor (pelos personagens, pela trama, pela música em si) que é impossível não envolver-se com tudo. A relação entre Andrew e Fletcher (a grande chance de J.K. Simmons, um rosto conhecidíssimo do público que está com as duas mãos no próximo Oscar de coadjuvante) é hipnotizante e rende ao filme seus melhores momentos - e até mesmo a climática sequência final, de nove minutos de duração magistralmente editados e que é capaz de arrepiar a todos aqueles que tem a música na alma e no coração. A impressão que se tem quando se assiste ao filme é que seu jovem diretor quis falar diretamente a essas pessoas, dar-lhes, durante o tempo de uma sessão de cinema, a felicidade e o orgulho de pertencer a esse grupo de gente tantas vezes mal compreendida: os músicos profissionais. E, a julgar pelo entusiasmo geral, foi feliz em sua missão.
Em meio a tantos filmes dispendiosos e festejados, mas ocos de emoção e espírito, "Whiplash" é um sopro de vida e inspiração. Nenhuma de suas indicações ao Oscar é injusta. Injusto é deixar passar esse genial estudo sobre a paixão.
Essa paixão/obsessão/tesão pela música é o mote de "Whiplash", e o que move seu protagonista, o jovem Andrew Nieman (interpretado com garra por Teller, antes visto em "Divergente") a enfrentar todas as dificuldades que aparecem à sua frente para se tornar o grande baterista de jazz que almeja ser. A maior delas surge na figura de Terence Fletcher (J. K. Simmons), um professor tão respeitado quanto rígido que é o líder da banda do conservatório de música onde o rapaz estuda. Escolhido pelo temido mestre, Andrew passa a sofrer com seus métodos de intimidação e humilhação, mas seu amor pelo que faz o mantém disposto até mesmo a abrir mão de sua vida pessoal.
A história engendrada por Chazelle - que, sem financiamento dirigiu um curta que serviu de inspiração para seu elogiado filme - não é exatamente original, uma vez que não hesita em utilizar-se dos mais variados clichês para atingir a plateia, mas o faz com tanta pureza e tanto amor (pelos personagens, pela trama, pela música em si) que é impossível não envolver-se com tudo. A relação entre Andrew e Fletcher (a grande chance de J.K. Simmons, um rosto conhecidíssimo do público que está com as duas mãos no próximo Oscar de coadjuvante) é hipnotizante e rende ao filme seus melhores momentos - e até mesmo a climática sequência final, de nove minutos de duração magistralmente editados e que é capaz de arrepiar a todos aqueles que tem a música na alma e no coração. A impressão que se tem quando se assiste ao filme é que seu jovem diretor quis falar diretamente a essas pessoas, dar-lhes, durante o tempo de uma sessão de cinema, a felicidade e o orgulho de pertencer a esse grupo de gente tantas vezes mal compreendida: os músicos profissionais. E, a julgar pelo entusiasmo geral, foi feliz em sua missão.
Em meio a tantos filmes dispendiosos e festejados, mas ocos de emoção e espírito, "Whiplash" é um sopro de vida e inspiração. Nenhuma de suas indicações ao Oscar é injusta. Injusto é deixar passar esse genial estudo sobre a paixão.