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YOU LEARN

Posted by Clenio on 01:24 in ,

De tanto levar na cabeça é esperado que algumas coisas você aprenda. Não dá, definitivamente não é possível que você continue sendo sempre o mesmo idiota depois de ter passado por tantos desastres - e nem estou falando da experiência que o acúmulo de anos deveria ter lhe dado, e sim dos tenebrosos momentos frustrantes, humilhantes e/ou broxantes pelos quais você certamente passou. Ah, nunca passou por nenhum? Qual é a hora do próximo vôo para a Terra do Nunca, mesmo??

Do primeiro namoro você levou a certeza de que é muito raro, se não impossível, que as duas pessoas amem uma a outra ao mesmo tempo. É uma certeza matemática: você está apaixonado por sua cara-metade e ela nem tchuns pra você; quando ela se apaixona por você e tem a burrice de contar que, naquela semana em que passou na praia em janeiro te traiu - "era uma questão que precisava ser resolvida, eu e você estávamos começando, não havia envolvimento apesar de eu ter dito que te amava umas trezentas vezes" - quem perde o tesão é você. Gangorra emocional na certa!

Do namoro seguinte a conclusão óbvia: NUNCA, JAMAIS se apaixone por alguém que ainda não sabe o que quer, ou não pode fazer o que quer porque depende de outras pessoas (pai, mãe, avó, terapeuta). Um relacionamento não se faz sozinho e amar por dois acontece por um tempo, mas não dura pra sempre. Dessa relação fica também outra importante lição: beleza não põe mesa, não, mas namorar jaburu é foda...

A terceira alma gêmea que cruzou seu caminho transformou-se em poucos meses em um encosto dos fortes. Mas entre as assustadoras e obsessivas crises de ciúme que lhe fez enfrentar também teve seus dias professorais: foi a partir daí que você soube que não se deve nunca envolver-se com quem não tem uma vida própria - e por vida própria entenda-se trabalho, família, amigos e hobbies que não sejam os mesmos seus. Tudo bem, o sexo aqui foi dos melhores, mas ensinou que uma ação carnal não apaga as cicatrizes emocionais nem tampouco é o bastante para manter um namoro que deve ser sacrificado.

O quarto amor foi o mais doce e tocante possível, mas a excruciante dor que causou provou que nunca se está preparado emocionalmente para o sofrimento. Foi essa mesma criatura que te fazia cantar na chuva que também lhe demonstrou o tamanho do amor que você é capaz de sentir e mesmo sem querer, te magoou ao assustar-se com sua dimensão. Os meses que passaram juntos provaram, sem sombra de dúvida, que o amor existe, é lindo e tem as pernas finas e um rosto emburrado.

A quinta tentativa de ser feliz ao lado de alguém lhe ensinou que uma ferida só cicatriza quando não está tapada, ou seja, ninguém tem o direito de usar outra pessoa para substituir o que não pode ser substituído. E mostrou, acima de qualquer suspeita, que ser amado pode parecer ser fácil, mas é igualmente trabalhoso e necessita de muita manutenção.

E vem os mestres de número 6, 7 e 8, que lhe ensinam respectivamente que: a pressa é inimiga da perfeição, que distância não funciona, que erros de português arruinam um relacionamento, que diferentes níveis de tolerância ao álcool afastam as pessoas, que ciúme tem limite e que não se pode esperar que a outra pessoa adivinhe seus pensamentos, mesmo que no fundo você saiba que esse seria o "Abre-te Sésamo" do seu coração.

A única coisa que nunca se aprende em relacionamentos é justamente o que deveria ser a principal lição: por mais que se sofram, que se incomodem, que se destruam emocionalmente, as pessoas nunca aprenderão a fórmula mágica que as levariam a desistir de buscar uma alma gêmea. Vai ver é porque nessas aulas todas que tomamos, o recreio sempre vale a pena...

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