1

ESTÃO TODOS BEM

Posted by Clenio on 12:04 in
Em 1990, na crista da onda pelo merecido sucesso de "Cinema Paradiso", o italiano Giuseppe Tornatore lançou "Estamos todos bem", um drama familiar estrelado pelo sempre sensacional Marcello Mastroianni. Desde então Hollywood vinha tentando um remake, por acreditar no potencial emocional da história. Eis que, vinte anos depois - uma distância bem considerável da estreia do primeiro filme, portanto - o inglês Kirk Jones finalmente lançou "Estão todos bem", que, apesar de algumas críticas favoráveis - e um prêmio de atuação para Robert DeNiro -, chegou ao Brasil diretamente em DVD. Não deixa de ser uma injustiça, porque, mesmo que esteja longe de ser memorável, é um belo filme, que permite a DeNiro mostrar porque é um grande ator que há tempos merece um bom papel.


No filme de Jones, DeNiro vive Frank Goode, um viúvo recém-aposentado que, mesmo contrariando ordens médicas, decide atravessar os EUA para visitar os quatro filhos, depois que eles cancelam uma reunião familiar em cima da hora. Sem avisar a nenhum deles, Frank parte - munido de uma mala e uma máquina fotográfica - para rever a prole, da qual tem um orgulho indisfarçado. Depois de perder a viagem a Nova York (onde tencionava rever David, um artista plástico), ele viaja a Chicago, onde percebe que sua filha Amy (Kate Beckinsale), uma publicitária bem-sucedida, está com problemas no casamento e com o filho adolescente, apesar de transmitir uma ideia de felicidade plena. Em Denver, ele descobre que Robert (Sam Rockwell) não é o maestro que dizia ser e que toca percussão em uma orquestra local. E em Las Vegas, ele reencontra Rosie (Drew Barrymore) que mora em um apartamento luxuoso e trabalha como artista em shows de dança e esconde algumas verdades sobre sua vida pessoal. O que Frank não desconfia nem de longe é que seus filhos estão escondendo dele algo muito importante a respeito de David.

"Estão todos bem" tem algumas ideias bastante interessantes visualmente. As casas de Amy e Rosie, por exemplo, são luxuosas, mas vazias, quase estéreis. Os filhos todos se comunicam através de celulares, enquanto Frank utiliza apenas telefones públicos - símbolo de seu orgulho profissional como operário de telefonia. E sempre que vê os filhos pela primeira vez, o protagonista os vê como crianças - além de uma bela cena em que ele fica sabendo a verdade sobre todos eles enquanto estão todos reunidos em volta da mesa (ele adulto, os filhos crianças...)

O único problema de "Estão todos bem" é que existe sempre a impressão de ser um produto pasteurizado. É tudo muito bonito, limpo e luxuoso no filme de Kirk Jones. Emocionalmente é enxuto e sóbrio, ainda que comovente. Mas poderia ser um pouco mais realista, o que com certeza lhe daria mais pontos junto ao público. Como está, é um filme bastante interessante e nunca aborrecido ou exagerado. Recomendável a quem procura um bom drama familiar.

|

1 Comments


Ah, quero bastante ver este filme. Adoro DeNiro e Barrymore. Deve ser massa!

Verei em breve!
Abs.

Copyright © 2009 Lennys' Mind All rights reserved. Theme by Laptop Geek. | Bloggerized by FalconHive. Distribuído por Templates