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UM MÉTODO PERIGOSO
Posted by Clenio
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02:56
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CINEMA 2012
Levando-se em consideração a obsessão do cineasta David Cronenberg pelo lado mais sombrio da mente humana - haja visto fikmes como "Gêmeos, mórbida semelhança" e "Crash, estranhos prazeres" - não era de se duvidar que, mais cedo ou mais tarde ele iria esbarrar com o pai da psicanálise em algum projeto. Esse dia chegou, e, por incrível que pareça, "Um método perigoso" - o resultado desse encontro - é um filme que, apesar do tema, é bastante diferente da filmografia pregressa de Cronenberg. Mas é muito interessante assim mesmo.
Baseado na peça teatral de mesmo nome escrita pelo roteirista Christopher Hampton - por sua vez inspirado no livro de John Kerr já publicado no Brasil - "Um método perigoso" não mostra todas as aberrações visuais dos filmes mais conhecidos do diretor, preferindo centrar-se nos diálogos inteligentes e nas neuroses dos protagonistas, todos eles de grande importância para a psicanálise como a conhecemos hoje em dia. Ao abdicar também da violência com que vinha trabalhando em seus últimos projetos - "Marcas da violência" e "Senhores do crime", ambos estrelados por Viggo Mortensen - Cronenberg demonstra uma maturidade muito bem-vinda e uma segurança na direção de atores que justifica os elogios rasgados que o filme vem recebendo desde sua estreia no Festival de Veneza de 2011.
"Um método perigoso" conta o nascimento da psicanálise, através da relação entre Carl Jung (Michael Fassbender em outra atuação notável) e sua jovem paciente Sabina Spielrein (Keira Knigthley se equilibrando entre o exagero e a delicadeza), com a qual ele se permite utilizar um novo estilo de tratamento, ainda inédito então, no qual o médico busca a cura das psicoses (esquizofrenias e todas as variantes possíveis) através de longas e constantes conversas. O tratamento com Sabrina - jovem, bela, inteligente e que encontra prazer na violência física - acaba confundido Jung, que acaba se envolvendo sexualmente com ela, para desgosto de seu mentor, Sigmund Freud (Viggo Mortensen, indicado ao Golde Globe de ator coadjuvante).
Logicamente é um filme para leigos, o que de certa forma deixa a desejar em termos históricos ou médicos. O roteiro de Hampton - vencedor do Oscar pelo sensacional "Ligações perigosas" - se dedica muito mais às personagens e suas relações do que com suas consequências históricas, o que não deixa, no entanto de ser um assunto tão atraente quanto. O trio de atores centrais - todos em excelente momento - segura muito bem o desafio de viver personagens tão cruciais na história da Medicina (a própria Sabina tornou-se psicanalista depois de seu tratamento com Jung) e o ritmo pacífico imposto por Cronenberg serve muito bem ao estado de espírito da obra, um trabalho bastante sensível que merece ser conhecido.
Baseado na peça teatral de mesmo nome escrita pelo roteirista Christopher Hampton - por sua vez inspirado no livro de John Kerr já publicado no Brasil - "Um método perigoso" não mostra todas as aberrações visuais dos filmes mais conhecidos do diretor, preferindo centrar-se nos diálogos inteligentes e nas neuroses dos protagonistas, todos eles de grande importância para a psicanálise como a conhecemos hoje em dia. Ao abdicar também da violência com que vinha trabalhando em seus últimos projetos - "Marcas da violência" e "Senhores do crime", ambos estrelados por Viggo Mortensen - Cronenberg demonstra uma maturidade muito bem-vinda e uma segurança na direção de atores que justifica os elogios rasgados que o filme vem recebendo desde sua estreia no Festival de Veneza de 2011.
"Um método perigoso" conta o nascimento da psicanálise, através da relação entre Carl Jung (Michael Fassbender em outra atuação notável) e sua jovem paciente Sabina Spielrein (Keira Knigthley se equilibrando entre o exagero e a delicadeza), com a qual ele se permite utilizar um novo estilo de tratamento, ainda inédito então, no qual o médico busca a cura das psicoses (esquizofrenias e todas as variantes possíveis) através de longas e constantes conversas. O tratamento com Sabrina - jovem, bela, inteligente e que encontra prazer na violência física - acaba confundido Jung, que acaba se envolvendo sexualmente com ela, para desgosto de seu mentor, Sigmund Freud (Viggo Mortensen, indicado ao Golde Globe de ator coadjuvante).
Logicamente é um filme para leigos, o que de certa forma deixa a desejar em termos históricos ou médicos. O roteiro de Hampton - vencedor do Oscar pelo sensacional "Ligações perigosas" - se dedica muito mais às personagens e suas relações do que com suas consequências históricas, o que não deixa, no entanto de ser um assunto tão atraente quanto. O trio de atores centrais - todos em excelente momento - segura muito bem o desafio de viver personagens tão cruciais na história da Medicina (a própria Sabina tornou-se psicanalista depois de seu tratamento com Jung) e o ritmo pacífico imposto por Cronenberg serve muito bem ao estado de espírito da obra, um trabalho bastante sensível que merece ser conhecido.