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CHARLIE COUNTRYMAN
Posted by Clenio
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CINEMA 2014
Enquanto não entra em cartaz com o esperado "Ninfomaníaca", de Lars Von Trier, o ator Shia LaBeouf continua em seu esforço para mostrar que por trás do jovem que ficou famoso com as tranqueiras da série "Transformers" existe um ator ousado e talentoso. Deu passos certos nessa direção com "Os infratores", de John Hillcoat e com "Sem proteção", de Robert Redford. No meio do caminho - mas com mais qualidades que defeitos - está "Charlie Countryman", um estiloso drama policial em que ele deixa de lado a vaidade para viver um protagonista romântico atípico e errático que se vê envolvido em uma trama violenta e perigosa enquanto tenta conquistar a mulher por quem está apaixonado.
A trama não é das mais criativas, apesar do início promissor: Charlie é um jovem que, logo após a morte da mãe (participação especial da sempre ótima Melissa Leo), recebe dela o conselho para deixar o país e fixar-se em Bucareste. Sem pensar muito, o rapaz acata as ordens da falecida progenitora e embarca no primeiro avião, onde conhece o simpático Victor Ibanescu (Ion Caramitru), que, para seu azar, morre logo em seguida - e, depois de morto, pede que ele dê um recado e um presente à sua filha, Gabriela (Evan Rachel Wood, quase irreconhecível). Para cumprir o desejo de seu companheiro de viagem, Charlie chega até a jovem, se apaixona por ela e descobre que ela foi casada com um criminoso cruel, Nigel (Madds Mikelsen, da série "Hannibal" e do filme "A caça"). Disposto a salvá-la das mãos do ex-marido, o rapaz se mete em uma série de situações perigosas - que ao mesmo tempo o aproximam e afastam da garota.
A maior qualidade de "Charlie Countryman" está no visual criativo imposto pelo cineasta Fredrick Bond - provavelmente herança de seu trabalho como diretor do videoclipe "Bodyrock (Auditions)", de Moby. Utilizando-se de cores quentes e uma edição ágil, Bond, estreando em longas-metragens, imprime a sua obra uma identidade própria, que o afasta do lugar-comum que a teria assassinado. Intercalando sequências estilisticamente festivas - como a cena em que o protagonista tem delírios visuais depois de ingerir drogas - com outras francamente secas e diretas - em especial as mais violentas - Bond permite ao espectador que entre na história juntamente com os personagens, rejeitando o distanciamento que normalmente acompanha os filmes do gênero. Mesmo que o roteiro muitas vezes caia no banal, sua direção e o esforço de LeBeouf em lhe dar credibilidade são bastante louváveis.
"Charlie Countryman" não é um filme capaz de marcar a vida de um cinéfilo. Mas é, sem dúvida, uma amostra (mais uma) da dedicação de seu ator central em sair da zona de conforto e se arriscar em projetos mais sérios. Só isso já vale uma espiada.
A trama não é das mais criativas, apesar do início promissor: Charlie é um jovem que, logo após a morte da mãe (participação especial da sempre ótima Melissa Leo), recebe dela o conselho para deixar o país e fixar-se em Bucareste. Sem pensar muito, o rapaz acata as ordens da falecida progenitora e embarca no primeiro avião, onde conhece o simpático Victor Ibanescu (Ion Caramitru), que, para seu azar, morre logo em seguida - e, depois de morto, pede que ele dê um recado e um presente à sua filha, Gabriela (Evan Rachel Wood, quase irreconhecível). Para cumprir o desejo de seu companheiro de viagem, Charlie chega até a jovem, se apaixona por ela e descobre que ela foi casada com um criminoso cruel, Nigel (Madds Mikelsen, da série "Hannibal" e do filme "A caça"). Disposto a salvá-la das mãos do ex-marido, o rapaz se mete em uma série de situações perigosas - que ao mesmo tempo o aproximam e afastam da garota.
A maior qualidade de "Charlie Countryman" está no visual criativo imposto pelo cineasta Fredrick Bond - provavelmente herança de seu trabalho como diretor do videoclipe "Bodyrock (Auditions)", de Moby. Utilizando-se de cores quentes e uma edição ágil, Bond, estreando em longas-metragens, imprime a sua obra uma identidade própria, que o afasta do lugar-comum que a teria assassinado. Intercalando sequências estilisticamente festivas - como a cena em que o protagonista tem delírios visuais depois de ingerir drogas - com outras francamente secas e diretas - em especial as mais violentas - Bond permite ao espectador que entre na história juntamente com os personagens, rejeitando o distanciamento que normalmente acompanha os filmes do gênero. Mesmo que o roteiro muitas vezes caia no banal, sua direção e o esforço de LeBeouf em lhe dar credibilidade são bastante louváveis.
"Charlie Countryman" não é um filme capaz de marcar a vida de um cinéfilo. Mas é, sem dúvida, uma amostra (mais uma) da dedicação de seu ator central em sair da zona de conforto e se arriscar em projetos mais sérios. Só isso já vale uma espiada.