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RUSH, NO LIMITE DA EMOÇÃO
Posted by Clenio
on
18:38
in
CINEMA 2014
O diretor Ron Howard tem uma forte tendência a recriar, em seus filmes, histórias reais de superação e/ou rivalidade. Foi assim em "Apollo 13", "Uma mente brilhante", "A luta pela esperança" e "Frost/Nixon". É assim também em "Rush, no limite da emoção", que ilumina a rivalidade levada às raias da obsessão entre os pilotos de Fórmula 1 James Hunt e Niki Lauda concentrando sua narrativa na emocionante temporada de 1976. Contando com um roteiro enxuto e direto de Peter Morgan - autor dos scripts de "O aviador", "A rainha" e "Frost/Nixon", entre outros menos cotados - o filme de Howard é uma aula de narrativa visual, que consegue conquistar a admiração e a atenção até mesmo daqueles que veem o esporte de Senna com absoluta indiferença.
Apesar de começar sua narrativa quando os protagonistas ainda estão engatinhando na Fórmula 3 - até como forma de estabelecer a idade de sua rivalidade, concentrada basicamente em seus diferentes modos de ver a carreira e lidar com a pressão das montadoras - "Rush" tem o bom senso de não tentar contar toda a história de vida dos dois pilotos, preferindo ater-se à tensão da temporada 1976, quando sua briga atingiu o auge. Contando sua história com imagens poderosas e uma edição impecável, Howard equilibra com perfeição os momentos mais pessoais dos protagonistas - como suas relações matrimoniais - com sequências abismais de corrida fotografadas como nenhuma outra até hoje, que praticamente leva o espectador para o meio das pistas. O realismo das cenas é um dos maiores méritos do filme, que, além disso, não deixa de lado a construção dramática de seus personagens, o que dá a seus atores chances extraordinárias de mostrar serviço.
Se Chris Hemsworth consegue deixar pra trás seu Thor em um trabalho bastante eficiente - apesar de seu James Hunt ser extremamente apropriado a seu físico e à persona que ele vem construindo em sua carreira - é Daniel Bruhl quem brilha na pele do rígido e focado Niki Lauda, um homem obcecado com sua profissão a ponto de arriscar a vida para provar seu talento. Provável indicado ao Oscar de coadjuvante - apesar de ser tão protagonista (ou mais) quanto Hemsworth - Bruhl está irreconhecível sob a maquiagem que o transforma no piloto austríaco e não tem medo de retratá-lo como alguém quase desagradável, em especial diante do carisma de Hunt. Sempre que estão juntos em cena, os dois atores fascinam o público, com uma química de causar faíscas que é bastante valorizada pelos ótimos diálogos de Morgan.
A rivalidade entre os dois - que remete, guardadas as devidas proporções, ao multi-premiado "Amadeus", de Milos Forman, que falava sobre Mozart e Salieri - é o ponto alto de "Rush". É sua discussão sobre as diferentes formas com que os gênios lidam com seus dons que move o filme, que permanece na memória do espectador como o melhor retrato da Fórmula 1 já mostrado no cinema. Mesmo que o final da história seja conhecido - ou de fácil acesso em tempos de Internet - é impossível tirar os olhos da tela. Graças ao conjunto de qualidades, é um dos melhores filmes da temporada Oscar.
Apesar de começar sua narrativa quando os protagonistas ainda estão engatinhando na Fórmula 3 - até como forma de estabelecer a idade de sua rivalidade, concentrada basicamente em seus diferentes modos de ver a carreira e lidar com a pressão das montadoras - "Rush" tem o bom senso de não tentar contar toda a história de vida dos dois pilotos, preferindo ater-se à tensão da temporada 1976, quando sua briga atingiu o auge. Contando sua história com imagens poderosas e uma edição impecável, Howard equilibra com perfeição os momentos mais pessoais dos protagonistas - como suas relações matrimoniais - com sequências abismais de corrida fotografadas como nenhuma outra até hoje, que praticamente leva o espectador para o meio das pistas. O realismo das cenas é um dos maiores méritos do filme, que, além disso, não deixa de lado a construção dramática de seus personagens, o que dá a seus atores chances extraordinárias de mostrar serviço.
Se Chris Hemsworth consegue deixar pra trás seu Thor em um trabalho bastante eficiente - apesar de seu James Hunt ser extremamente apropriado a seu físico e à persona que ele vem construindo em sua carreira - é Daniel Bruhl quem brilha na pele do rígido e focado Niki Lauda, um homem obcecado com sua profissão a ponto de arriscar a vida para provar seu talento. Provável indicado ao Oscar de coadjuvante - apesar de ser tão protagonista (ou mais) quanto Hemsworth - Bruhl está irreconhecível sob a maquiagem que o transforma no piloto austríaco e não tem medo de retratá-lo como alguém quase desagradável, em especial diante do carisma de Hunt. Sempre que estão juntos em cena, os dois atores fascinam o público, com uma química de causar faíscas que é bastante valorizada pelos ótimos diálogos de Morgan.
A rivalidade entre os dois - que remete, guardadas as devidas proporções, ao multi-premiado "Amadeus", de Milos Forman, que falava sobre Mozart e Salieri - é o ponto alto de "Rush". É sua discussão sobre as diferentes formas com que os gênios lidam com seus dons que move o filme, que permanece na memória do espectador como o melhor retrato da Fórmula 1 já mostrado no cinema. Mesmo que o final da história seja conhecido - ou de fácil acesso em tempos de Internet - é impossível tirar os olhos da tela. Graças ao conjunto de qualidades, é um dos melhores filmes da temporada Oscar.