CAPITÃO AMÉRICA
A primeira parte de "Capitão América" é a melhor. Johnston consegue criar um bom clima de tensão ao mostrar o comportamento dos EUA diante da guerra e da ameaça nazista e apresenta seu protagonista Steve Rogers de maneira simpática e convincente (em especial graças à computação gráfica que transformou o fortinho Chris Evans em um esquelético aspirante a soldado). Apaixonado pela ideia de defender seu país contra Hitler e seus asseclas, ele é rejeitado inúmeras vezes devido a seu físico franzino e à fragilidade de sua saúde. Só quem vê nele alguém capaz de colaborar no conflito é Abraham Erskine (Stanley Tucci), um cientista que criou um soro com possibilidade de transformar pessoas comuns em super-soldados. O problema é que o soro também está nas mãos de Johann Schmidt (Hugo Weaving), um oficial nazista que tem ambições ainda maiores que as do III Reich. Transformado em herói, Rogers vira o Capitão América, um ídolo nacional, mas, cansado de ser apenas um fantoche em apresentações artísticas, ele resolve partir pro ataque quando vê seu melhor amigo, Bucky (Sebastian Stan) ser prisioneiro de guerra.
Os fãs mais xiitas do Capitão América tal como é visto nos quadrinhos da Marvel provavelmente não gostaram do filme de Johson, uma vez que ele não tem a aura de seriedade dos filmes dos mutantes de "X-Men", por exemplo. Aqueles que vão às salas de cinema com o objetivo de curtir duas horas de diversão, porém, terão pela frente tudo aquilo que o cinemão-pipoca de Hollywood pode oferecer: cenas grandiosas de ação, humor um tanto duvidoso, romance em doses homeopáticas (entre o protagonista e a militar vivida pela fraquinha Hayley Atwell) e um vilão com pretensões megalomaníacas (apesar da maquiagem de Hugo Weaving fazer a audiência lembrar de "O Máskara", com Jim Carrey a cada momento). Chris Evans faz o que pode com uma personagem bastante unidimensional e a aparição de Samuel L. Jackson na cena final remete imediatamente a "Os Vingadores", que estreia em 2012 (e é a maior aposta da Marvel para o ano que vem). É diversão! E como tal pode ser elogiado. Mas não esperem maiores elocubrações filosóficas ou psicológicas. É pegar a pipoca e um bom lugar na sala de exibição.