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CHEGA!!
Posted by Clenio
on
18:07
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CONFISSÕES
Minha cama não é mais uma cama, e sim um buraco negro que me impele a nunca mais querer ver a luz de qualquer dia. Minhas pernas não são mais órgãos que me levam de um lugar a outro e sim dois pesos que distorcem meus movimentos. Minhas noites não são mais o caminho para experiências e sim estradas infinitas repletas de angústias e ansiedade. Meu coração já não é mais grande, esperançoso e autocurativo e sim um pequeno órgão medroso, ferido e ressabiado por golpes frios.
Minhas mãos já não sabem mais afagar nem acariciar. Só sabem crispar-se frente a uma nova possibilidade de abandono, de traição, de violência. Minha boca já não fala de amor, paixão e nem tampouco entoa canções felizes ou dá beijos calorosos. Ela é capaz apenas de esbravejar, xingar, reclamar, soltar ironias e sarcasmos recheados de recalque e dor. Meu corpo já não se arrepia, meus olhos já não brilham, nada mais me empolga ou excita. Meus ouvidos já não compreendem canções de amor e rimam felicidade com mentira. Meus sonhos já não me empurram pra frente, só servem como lembranças de um mundo que nunca houve.
Já bebi, já dancei, já vomitei, já ri, chorei, me masturbei, xinguei, trepei com gente que não lembro o nome, o rosto, o corpo e a voz. Tive raiva, pena, saudade, tesão, desprezo, carinho. Já briguei com Deus, fiz as pazes, rompi de novo e tive a certeza absoluta de que ele não existe. Já tentei a morte, a arte, o zen, o deboche. Fiz contos, crônicas, poesias, teatro. Tentei ignorar, matar, abstrair, conquistar, desacreditar. Fiz o possível, o impossível, o inconcebível, o imaginado, o já feito, o inédito. Já fui amigo, inimigo, amante, filho, pai, irmão, cúmplice, namorado. Já vi Chico, Cássia Eller, Michael Stipe, Alanis, Fernanda Montenegro, Marisa Monte, Andrea Beltrão. Já me diverti e me autodestruí. O segundo gesto me fez menos infeliz...
Mas aquela dor... aquela ausência... aquele não... me matam a cada dia. E eu não sou mais forte do que eles.
Minhas mãos já não sabem mais afagar nem acariciar. Só sabem crispar-se frente a uma nova possibilidade de abandono, de traição, de violência. Minha boca já não fala de amor, paixão e nem tampouco entoa canções felizes ou dá beijos calorosos. Ela é capaz apenas de esbravejar, xingar, reclamar, soltar ironias e sarcasmos recheados de recalque e dor. Meu corpo já não se arrepia, meus olhos já não brilham, nada mais me empolga ou excita. Meus ouvidos já não compreendem canções de amor e rimam felicidade com mentira. Meus sonhos já não me empurram pra frente, só servem como lembranças de um mundo que nunca houve.
Já bebi, já dancei, já vomitei, já ri, chorei, me masturbei, xinguei, trepei com gente que não lembro o nome, o rosto, o corpo e a voz. Tive raiva, pena, saudade, tesão, desprezo, carinho. Já briguei com Deus, fiz as pazes, rompi de novo e tive a certeza absoluta de que ele não existe. Já tentei a morte, a arte, o zen, o deboche. Fiz contos, crônicas, poesias, teatro. Tentei ignorar, matar, abstrair, conquistar, desacreditar. Fiz o possível, o impossível, o inconcebível, o imaginado, o já feito, o inédito. Já fui amigo, inimigo, amante, filho, pai, irmão, cúmplice, namorado. Já vi Chico, Cássia Eller, Michael Stipe, Alanis, Fernanda Montenegro, Marisa Monte, Andrea Beltrão. Já me diverti e me autodestruí. O segundo gesto me fez menos infeliz...
Mas aquela dor... aquela ausência... aquele não... me matam a cada dia. E eu não sou mais forte do que eles.