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OSCAR 2016: MELHOR ATOR
Posted by Clenio
on
18:21
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CINEMA 2016
A não ser que aconteça uma hecatombe, Leonardo DiCaprio vai mesmo sair da cerimônia do Oscar 2016, no próximo domingo, com sua batalhada estatueta de melhor ator. Desde que concorreu pela primeira vez, em 1994 - ainda adolescente, como coadjuvante por seu trabalho em "Gilbert Grape, aprendiz de sonhador", ao lado de Johnny Depp - o ídolo juvenil cresceu, encarou desafios constantes como ator, atuou sob os auspícios de cineastas consagrados (Clint Eastwood, Steven Spielberg, Sam Mendes, James Cameron, Christopher Nolan e principalmente Martin Scorsese, com quem travou uma parceria bastante frutífera) e construiu uma carreira sólida e admirável. Foi indicado outras vezes ao Oscar - desta vez como protagonista - por "O aviador" (04), "Diamante de sangue" (06) e "O lobo de Wall Street" (13), mas nunca foi tão favorito como este ano, quando já ganhou o Golden Globe, o prêmio do Sindicato dos Atores (SAG), o Critics Choice Awards e o BAFTA (o Oscar britânico). Seu desempenho em "O regresso", de Alejandro G. Iñárritu (que também é um dos favoritos ao prêmio máximo do ano) é visceral física e psicologicamente, e DiCaprio tem tudo para acabar com sua maldição particular e finalmente sair-se vitorioso na disputa - mesmo porque, a despeito de suas ótimas atuações, os demais candidatos não tem um endosso tão grande por parte das cerimônias de premiação até agora.
O mais interessante dos rivais de DiCaprio é Michael Fassbender - que concorreu há dois anos, como coadjuvante, por "12 anos de escravidão". Indicado por seu desempenho irretocável no papel-título de "Steve Jobs", o ator preferido do cineasta Steve McQueen (que nessa temporada também entregou uma admirável atuação em "Macbeth", ao lado de Marion Cottilard) foi premiado pelos críticos de Los Angeles, mas tem contra si o fato de o filme ter fracassado nas bilheterias e ter dividido opiniões. Mesmo assim, é uma interpretação fascinante, minimalista e dotada de grande força dramática, que merecia melhor sorte - sem falar que Fassbender merecia um Oscar no mínimo desde sua avassaladora aparição em "Fome" (08), que foi ignorada pela Academia. Fato é que Fassbender mais cedo ou mais tarde irá abocanhar uma estatueta - seu talento é grande demais para passar despercebido.
Outro que também já tem prêmios em casa graças a seu trabalho nessa temporada é Matt Damon. Carismático, talentoso e querido por público e crítica, Damon já tem um Oscar em casa - de roteiro, por "Gênio indomável", que ele dividiu com o amigo Ben Affleck - e outras duas indicações anteriores - ator pelo mesmo "Gênio indomável" (97) e coadjuvante por "Invictus" (09). Em "Perdido em Marte" ele se vê abandonado por engano no Planeta Vermelho e é obrigado a manter-se vivo e saudável até que o erro seja percebido pelos colegas da Terra e eles se decidam a socorrê-lo. Damon carrega o filme nas costas, equilibrando sua atuação entre o desespero e o bom-humor - o que justificou sua vitória no Golden Globe como melhor ator em comédia/musical. O National Board of Review também se encantou com seu desempenho e o elegeu como o melhor do ano. Com essas duas vitórias no currículo, Damon enfrenta DiCaprio sem muitas chances, mas a indicação é mais do que merecida.
Já Eddie Redmayne tem suas chances de vitória diminuídas pelo fato de já ter sido oscarizado ano passado por seu Stephen Hawking em "A teoria de tudo". Em "A garota dinamarquesa" ele está ainda melhor, mais sutil e menos óbvio, mas é pouquíssimo provável que a Academia vá transformá-lo em um novo Tom Hanks, lhe dando duas estatuetas consecutivas. Sua lembrança entre os candidatos é justíssima, mas, além de enfrentar o franco-favoritismo de DiCaprio, ele precisa também lidar com a situação de não ter sido lembrado por nenhum grupo de críticos na temporada pré-Oscar (o que é um forte indicativo de que sua indicação deve ser o máximo a que ele irá chegar este ano).
E, completando a lista dos indicados deste ano, Bryan Cranston arrebata sua primeira indicação em seu primeiro grande papel no cinema, depois do sucesso incontestável na série "Breaking bad". Em "Trumbo: lista negra", ele interpreta o roteirista Dalton Trumbo, que entre as décadas de 40 e 60, se viu impedido de trabalhar em Hollywood graças à sua simpatia pelo comunismo - visto, na época, como alta traição aos EUA. O filme também não chegou a ser um sucesso de bilheteria, e a lembrança de Cranston entre os candidatos é uma merecida homenagem ao personagem (premiado duas vezes com o Oscar mesmo sem poder assinar suas obras) e à interpretação inspirada do ator, normalmente relegado a papéis coadjuvantes e agora, ao que parece, promovido à primeira divisão de Hollywood.
FAVORITO - Leonardo DiCaprio ("O regresso")
TORCIDA - Michael Fassbender ("Steve Jobs")
O mais interessante dos rivais de DiCaprio é Michael Fassbender - que concorreu há dois anos, como coadjuvante, por "12 anos de escravidão". Indicado por seu desempenho irretocável no papel-título de "Steve Jobs", o ator preferido do cineasta Steve McQueen (que nessa temporada também entregou uma admirável atuação em "Macbeth", ao lado de Marion Cottilard) foi premiado pelos críticos de Los Angeles, mas tem contra si o fato de o filme ter fracassado nas bilheterias e ter dividido opiniões. Mesmo assim, é uma interpretação fascinante, minimalista e dotada de grande força dramática, que merecia melhor sorte - sem falar que Fassbender merecia um Oscar no mínimo desde sua avassaladora aparição em "Fome" (08), que foi ignorada pela Academia. Fato é que Fassbender mais cedo ou mais tarde irá abocanhar uma estatueta - seu talento é grande demais para passar despercebido.
Outro que também já tem prêmios em casa graças a seu trabalho nessa temporada é Matt Damon. Carismático, talentoso e querido por público e crítica, Damon já tem um Oscar em casa - de roteiro, por "Gênio indomável", que ele dividiu com o amigo Ben Affleck - e outras duas indicações anteriores - ator pelo mesmo "Gênio indomável" (97) e coadjuvante por "Invictus" (09). Em "Perdido em Marte" ele se vê abandonado por engano no Planeta Vermelho e é obrigado a manter-se vivo e saudável até que o erro seja percebido pelos colegas da Terra e eles se decidam a socorrê-lo. Damon carrega o filme nas costas, equilibrando sua atuação entre o desespero e o bom-humor - o que justificou sua vitória no Golden Globe como melhor ator em comédia/musical. O National Board of Review também se encantou com seu desempenho e o elegeu como o melhor do ano. Com essas duas vitórias no currículo, Damon enfrenta DiCaprio sem muitas chances, mas a indicação é mais do que merecida.
Já Eddie Redmayne tem suas chances de vitória diminuídas pelo fato de já ter sido oscarizado ano passado por seu Stephen Hawking em "A teoria de tudo". Em "A garota dinamarquesa" ele está ainda melhor, mais sutil e menos óbvio, mas é pouquíssimo provável que a Academia vá transformá-lo em um novo Tom Hanks, lhe dando duas estatuetas consecutivas. Sua lembrança entre os candidatos é justíssima, mas, além de enfrentar o franco-favoritismo de DiCaprio, ele precisa também lidar com a situação de não ter sido lembrado por nenhum grupo de críticos na temporada pré-Oscar (o que é um forte indicativo de que sua indicação deve ser o máximo a que ele irá chegar este ano).
E, completando a lista dos indicados deste ano, Bryan Cranston arrebata sua primeira indicação em seu primeiro grande papel no cinema, depois do sucesso incontestável na série "Breaking bad". Em "Trumbo: lista negra", ele interpreta o roteirista Dalton Trumbo, que entre as décadas de 40 e 60, se viu impedido de trabalhar em Hollywood graças à sua simpatia pelo comunismo - visto, na época, como alta traição aos EUA. O filme também não chegou a ser um sucesso de bilheteria, e a lembrança de Cranston entre os candidatos é uma merecida homenagem ao personagem (premiado duas vezes com o Oscar mesmo sem poder assinar suas obras) e à interpretação inspirada do ator, normalmente relegado a papéis coadjuvantes e agora, ao que parece, promovido à primeira divisão de Hollywood.
FAVORITO - Leonardo DiCaprio ("O regresso")
TORCIDA - Michael Fassbender ("Steve Jobs")